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Prematura em UTI: acompanhamento deveria ir até a adolescência. | Jairo Resende
Prematura em UTI: acompanhamento deveria ir até a adolescência.| Foto: Jairo Resende

Cerca de 11% dos bebês brasileiros são prematuros. Mesmo assim, o país ainda não conta com uma rede ampla de acompanhamento dessas crianças após elas receberem alta hospitalar. De acordo com a pediatra Gislayne Nieto, chefe da UTI Neonatal da Maternidade Santa Brígida, em Curitiba, esse acompanhamento deve ser feito por um neonatologista até, pelo menos, os 5 anos de idade. “As primeiras consultas são próximas [ao nascimento] e depois vão se espaçando, para uma vez por ano. Em alguns países, elas se estendem até a adolescência”, diz.

Gislayne afirma que o problema ocorre no Brasil como um todo, e o Paraná não fica fora desse quadro. “Aqui há alguns centros de acompanhamento, principalmente nas cidades maiores. Mas, considerando o número de prematuros que nascem todos os anos, seriam necessários mais.” No estado há, pelo menos, cinco centros de acompanhamento dos prematuros. Quatro deles ficam em Curitiba e Região Metropolitana.

Nesse acompanhamento, o médico avalia o ganho de peso e altura da criança. Com um olhar mais treinado para detectar dificuldades relacionadas à prematuridade, o neonatologista pode encaminhar com mais facilidade a criança para especialistas. Entre as dificuldades que uma criança prematura pode enfrentar após a alta, estão dificuldades neurológicas, alterações de crescimento e no ganho de peso. Algumas doenças, como a bronquite, também podem estar relacionadas à prematuridade.

Todas as sequelas vão depender do quão prematuro foi o bebê e do atendimento que mãe e criança receberam antes e após o parto. Com os avanços da ciência, a idade gestacional em que a vida fora do útero é considerada viável tem se reduzido. Existem relatos de crianças entre 23 e 25 semanas que sobreviveram. No Brasil, as chances de sobrevida são maiores para as crianças que nascem a partir das 25 semanas.

Em 2014, 17% dos prematuros nascidos no Brasil tinham entre 27 e 24 semanas – cerca de 30% deles sobreviveram. Os dados mostram que bebês nascidos até a 29.ª semana de gestação são mais críticos. Após esse marco, as chances de sobreviver se ampliam, chegando a quase 100% a partir da 32.ª semana.

Um pré-natal bem feito é o começo do caminho para evitar um nascimento antes da hora. Esse acompanhamento ajuda a manter sob vigilância alguns fatores de risco para a prematuridade, como infecções maternas, hipertensão e diabete – que podem ser desenvolvidas ao longo da gestação.

Existem outros elementos que também podem acabar ocasionando o nascimento do bebê antes da hora: tabagismo, uso de drogas e o extremo de idades – mães muito jovens ou muito velhas – são os principais deles. “Ainda há muito desconhecimento em relação à prematuridade. Por isso, precisamos fazer um alerta à população sobre os riscos e os cuidados com o bebê pós-alta”, diz Gislayne.

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