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Brasil registra 122 casos de terremotos nos cinco primeiros meses de 2016

Apesar do número assustador, situações de grande intensidade são raras no país

Rachaduras em imóvel de Londrina. Imagem de 2009 | Gilberto Abelha /Jornal de Londrina/Arquivo
Rachaduras em imóvel de Londrina. Imagem de 2009 (Foto: Gilberto Abelha /Jornal de Londrina/Arquivo)

Desde o início do ano até agora, o Brasil já registrou 122 abalos sísmicos – número que ajuda a fazer cair por terra a máxima de que não há terremotos no país. Do total assimilado até o momento, três dos casos foram no Paraná, sendo um em Ibiporã (16 de fevereiro) e dois em Londrina – município que passou a viver em alerta com os tremores registrados nos últimos meses.

Aparentemente grande para um país que não está acostumado a presenciar este tipo de fenômeno, a quantidade realmente não pode ser desconsiderada. Para se ter uma ideia, o Peru teve no mesmo período 137 abalos, conforme dados do Serviço Sismológico nacional do país.

A diferença, segundo especialistas, fica na intensidade e na capacidade de causar danos e estragos. “No Chile, ninguém liga para um terremoto de 3.7. Aqui não se está preparado e por isso sentimos com maior impacto”, explica o professor George Sand França, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis – UnB). “A gente não tem terremoto capaz de causar destruição, mas a gente tem terremotos que podem causar pânico na população”.

Na história

De acordo com o professor, o maior terremoto registrado até hoje no Brasil foi em 1955, em Porto dos Gaúchos, no Mato Grosso. O abalo foi de 6.2 graus. Mas, como a área era pouco habitada, não causou estragos.

Já a primeira – e até então única – morte por abalos sísmicos no país foi em 2007, em Minas Gerais. Uma criança de 5 anos morreu depois que a casa onde ela estava sucumbiu em meio a um tremor que chegou a aproximadamente 5 graus na escala Richter. O caso foi em Itacarambi, região norte mineira.

“O caso é que sempre tivemos tremores. Mas, consideráveis [maior grau atingido na escala Richter] são muito raros. No máximo, 5 graus ou 5.5 graus. Mas, mesmo assim 5.5 graus no Brasil já gera comoção e pode até surgir casas com estruturas rachadas, porque aqui as casas não são preparadas para isso”, ressalta o professor.

Causas

Basicamente, o terremoto resulta de uma falha geológica, que, por sua vez, ocorre a partir da movimentação das chamadas placas tectônicas. Quanto estas se movem a ponto de superar o limite de resistência das rochas, formam-se as falhas e acontece o terremoto – que pode ser registrado em qualquer lugar do planeta.

“O movimento das placas gera pressão em toda a terra. Se essa pressão for no limite de uma falha geológica, o efeito da liberação vai ser mais forte. Mas isso não quer dizer que longe dessas falhas não tenha efeito da pressão”, detalha França.

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