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Ciência

Brasil terá concurso para pesquisadores estrangeiros

Ministro diz que governo abrirá vagas para contratar cientistas de outros países. “Vamos dar um salto quântico”, disse

Anúncio do concurso foi feito logo após encontro do neurocientista Miguel Nicolelis com Dilma e o ministro Mercadante | José Cruz/Agência Abr
Anúncio do concurso foi feito logo após encontro do neurocientista Miguel Nicolelis com Dilma e o ministro Mercadante (Foto: José Cruz/Agência Abr)

O Brasil se prepara para realizar um concurso internacional que deve recrutar pesquisadores e docentes de fora do país para as áreas de ciência e tecnologia. Ao sair de um encontro em que a presidente Dilma Rousseff recebeu o neurocientista Miguel Nicolelis, o ministro Aloisio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, disse que o governo abrirá, em breve, vagas para pesquisadores estrangeiros temporários nas instituições de ponta do Brasil. Segundo ele, o alvo são cientistas que perderam seus postos em universidades estrangeiras por causa da crise.

O ministro citou experiência recente da Universidade de Campinas (Unicamp), que trouxe pesquisadores e professores estrangeiros para períodos de até dois anos na universidade paulista. "Vamos dar um salto quântico", disse o ministro, falando também do recém-anunciado programa que pretende enviar 75 mil graduandos e doutorandos brasileiros para universidades no exterior. O governo espera que a maior parte das bolsas seja bancada por empresas daqui.

"Hoje é um momento raro na história econômica, o Brasil cresce, tem estabilidade, investe. E estamos assistindo a uma recessão nos países desenvolvidos. Tivemos uma diáspora de cérebros no passado, mas agora queremos atrair inteligência para o Brasil", declarou.

O ministro disse que o país tem excelentes cientistas, mas que a iniciativa do governo responde à exigência da sociedade atual de expandir as fronteiras do conhecimento. "Você não desenvolve projeto de ponta em tecnologia e ciência sem colaboração internacional. E o Brasil tem de pensar em estar na ponta."

Lista de desejos

Na conversa com Dilma, Nicolelis pediu apoio para dois projetos: a instalação de 12 escolas multilíngues nas fronteiras do Brasil e o desenvolvimento do projeto "Andar de novo" para o início da Copa do Mundo de 2014. As escolas teriam ensino normal pela manhã e os estudantes dos dois países teriam aulas conjuntas de ciência no período da tarde. As aulas seriam em português e espanhol, propôs Nicolelis.

Sobre o "Andar de novo", a ideia é que um paraplégico possa dar o pontapé inicial do Mundial no Brasil. Os cientistas trabalham para unir homem e máquina por meio de uma veste robótica controlada pelo cérebro. "A presidente adorou a ousadia", disse Nicolelis.

Mercadante afirmou que o projeto é um "sonho". "Imagine um menino, uma menina, tetraplégico ou paraplégico entrar andando em um campo de futebol e chutar uma bola. É uma coisa tão fantástica quanto os feitos de Santos Dumont. Espero que a gente consiga fazer isso."

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