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Em 2030, brasileiros com mais de 45 anos serão  56,3% da população: é o único grupo etário que terá crescimento | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Em 2030, brasileiros com mais de 45 anos serão 56,3% da população: é o único grupo etário que terá crescimento| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Idosos

População brasileira envelhece muito rápido

A população brasileira deve atingir o pico em 2030, somando 206,8 milhões de pessoas. A partir de então, a expectativa é que comece a diminuir em números absolutos e, em 2040, seja de 204,7 milhões. A conclusão faz parte de um estudo apresentado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE).

A desaceleração do ritmo de crescimento populacional, tendência verificada no país desde a década de 1970, pode ser explicada pela redução da mortalidade acompanhada pela queda na fecundidade. Esse movimento deve provocar importantes mudanças em sua estrutura etária, que "poderá diminuir a partir de 2010 e apresentar uma população superenvelhecida, reproduzindo a experiência de vários países da Europa Ocidental. O estudo ressalta que esse movimento ocorre no Brasil em "velocidade acelerada", segundo informações da Agência Brasil.

Nascimentos

A taxa de fecundidade em 2009 manteve os níveis observados nos dois anos anteriores, de 1,8 filho por mulher, bem abaixo do chamado patamar de reposição (2,0). Os técnicos do Ipea estimam para esta década uma taxa média de crescimento da população de 0,9% ao ano, menos de um terço da observada para o período 1950-1970, que era de 3% ao ano.

Segundo o levantamento, a redução na fecundidade foi observada de maneira generalizada, em todas as regiões do país, em todos os grupos sociais e nos variados níveis de escolaridade, embora com ritmo diferenciado.

O estudo destaca que as brasileiras com rendimentos mais elevados apresentam taxas de fecundidade "extremamente baixas" (um filho por mulher), inferiores às de países como a Itália, Espanha e o Japão. A redução da fecundidade na faixa etária de 15 a 19 anos também foi observada em todas as regiões do país.

  • Estudo mostra que a população brasileira vai parar de crescer a partir de 2030. Confira

O envelhecimento da população brasileira deve levar o país a aumentar a idade mínima para a aposentadoria e acabar com a aposentadoria compulsória. A avaliação é da coordenadora de Po­­pulação e Cidadania do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano, durante a divulgação, ontem, do Comunicado do Ipea com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE). "É importante acabar com a aposentadoria compulsória. Ela é fruto de preconceito", disse.A projeção é de que a população brasileira deve parar de crescer por volta de 2030, quando atingir o pico de 206,8 milhões de pessoas. A partir deste ano, o único grupo populacional que deve ter crescimento positivo será os com idade superior a 45 anos. Por isso o envelhecimento da população vai requerer uma revisão da idade mínima para se aposentar. "Estamos vendo isso na França, que está praticamente parada, e também é uma tendência para o Brasil", afirmou. Segundo Ana Amélia, esse tipo de medida é positiva para a Previdência e também para os idosos, que se beneficiariam da maior permanência no mercado de trabalho.

"Principalmente para o ho­­mem, a saída do mercado de trabalho significa uma importante desintegração social. Com isso, aumentam os índices de alcoolismo, de depressão e até de suicídios", comenta. Ela lembra também que é preciso ver o trabalho do idoso com menos preconceito, caso contrário, não haverá gente para trabalhar no futuro.

O estudo mostra que o país tem avançado na redução da pobreza entre os idosos e uma das causas seria o fato de o piso da aposentadoria ser o salário mínimo. De 1992 a 2009 o porcentual de idosos pobres caiu tanto entre homens (de 24,7% para 12,3%) quanto entre mulheres (de 20,8% para 11,4%). O levantamento aponta, no entanto, que a seguridade social representa a parcela mais importante da renda dos idosos hoje.

Trabalho

Com o envelhecimento da população, o impacto também ocorrerá no mercado de trabalho. Nas próximas décadas os brasileiros com mais de 45 anos deverão responder por 56,3% da futura população em idade ativa. Este novo panorama forçará as empresas a se adaptar: elas precisam adotar medidas voltadas para a saúde ocupacional, além de adequar sua estrutura física para permitir a mobilidade dos funcionários, promover capacitação para que os trabalhadores acompanhem as inovações tecnológicas e incentivar a redução dos preconceitos com relação aos idosos.

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