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Saúde

Brasileiros vão sofrer mais com osteoporose

Até 2020, casos da doença que enfraquece os ossos devem crescer 15% entre brasileiros com mais de 50 anos

Confira os números de brasileiros com osteoporose |
Confira os números de brasileiros com osteoporose (Foto: )

Os brasileiros estão cada vez mais expostos à osteoporose. Dados divulgados ontem pela Fundação Internacional de Osteoporose (IOF, na sigla em inglês) revelam que 33% das mulheres e 16% dos homens acima dos 65 anos têm a doença no país. A pesquisa, uma espécie de auditoria que compilou estudos sobre osteoporose em 14 nações latino-americanas, também aponta que os casos de fratura de quadril, por exemplo, um dos mais graves, devem crescer 15% no Brasil nos próximos oito anos, passando de 121 mil neste ano para 140 mil em 2020.

Os números em relação à fratura de coluna também preo­­cupam: atualmente, 27,5% das mulheres e 31,8% dos homens acima dos 65 anos apresentam problemas nesta área do corpo, que costuma aparecer por meio das chamadas "corcundas" em idosos. As mulheres são as principais vítimas, principalmente após a menopausa: estima-se que, de 21 milhões de brasileiras com mais de 50 anos, 2,9 milhões vivam com este tipo de fratura, que causa dor, incapacidade de realizar atividades diárias e diminui a altura da paciente em até seis centímetros.

A principal explicação para essa escalada da doença vem na esteira de uma boa notícia: o brasileiro está vivendo mais. "A osteoporose pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é na velhice, quando a dose de hormônios sexuais diminui no corpo, que ocorre a maioria dos casos", explica o professor de Medicina da Faculdade Evangélica de Curitiba Bruno Perotta. Isso porque hormônios como estrogênio e testosterona têm a capacidade de reter o cálcio no organismo.

Políticas públicas

A má notícia é que, ao contrário de doenças também típicas da terceira idade, como hipertensão e diabete, a osteoporose ainda sofre de um diagnóstico precário, fruto da pouca importância dada pelo governo ao tema e do desconhecimento da classe médica sobre como identificá-la. Essa é a opinião do ginecologista Bruno Muzzi Camargos, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), entidade que participou da pesquisa internacional.

De acordo com o médico, não há políticas públicas que reforcem duas atitudes básicas nas áreas de prevenção e diagnóstico: exigir que os alimentos tenham maior adição de vitamina D e esclarecer a população e os médicos sobre a importância da densitometria óssea, exame que atesta a densidade dos ossos. Segundo a Abrasso, existem 1.850 densitômetros espalhados pelo país – 97% deles em clínicas particulares. "É como se o pobre não tivesse osteoporose", critica Camargos.

A entidade defende que a densitometria óssea se torne tão importante quanto a mamografia e o eletrocardiograma. "O custo para o país de negligenciar o problema é muito grande. A osteoporose leva a cirurgias e internação, causa dependência e morte." Hoje, 97% das fraturas de quadril necessitam de cirurgia e um período de internação de, no mínimo, 11 dias. Cada paciente custa em torno de R$ 8 mil ao governo. Já um densitômetro custa cerca de R$ 100 mil e cada exame pe­­lo SUS, R$ 36.

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