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Mais Médicos

Briga por registro adia atividade de estrangeiros

Conselhos de Medicina pedem documentos além dos previstos pelo programa do governo federal. Médicos intercambistas continuam sem certificação

Roberto D’Ávila, presidente do CFM: informações extras são para fiscalizar o exercício da profissão | Marcelo Casal Jr. / ABr
Roberto D’Ávila, presidente do CFM: informações extras são para fiscalizar o exercício da profissão (Foto: Marcelo Casal Jr. / ABr)

A briga entre governo e os Conselhos de Medicina para conceder o registro provisório dos profissionais estrangeiros que irão atuar no país dentro do programa Mais Médicos irá atrasar o início das atividades desses profissionais, prevista para a segunda-feira. Ontem, o Conselho Federal de Medicina (CFM) manteve o posicionamento de pedir documentos além dos previstos pela medida provisória do programa para conceder o documento, e os 682 intercambistas continuam sem o registro. Mesmo que as informações adicionais sejam enviadas ainda nesta semana, a avaliação é de que não haveria tempo suficiente para emitir os registros até a semana que vem.

Sem o registro profissional, os médicos não podem trabalhar, sob pena de praticarem o exercício ilegal da profissão. "Se eles começarem a atuar sem o registro, vamos à Justiça. Se necessário, à polícia. Porque isso é exercício ilegal da profissão, é crime", disse o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Alexandre Bley.

Entre as informações exigida pelos CRMs que não estão previstas na MP está o local onde o profissional vai atuar e a identificação dos tutores e supervisores. Os conselhos também exigem que os médicos apresentem a tradução juramentada do diploma e do registro do profissional no país onde se formou – o que é dispensado pela MP.

Embate

Parecer da Advocacia-Geral da União emitido na última segunda-feira determina que os conselhos regionais de medicina (CRMs) não podem fazer essas exigências extras. Ontem, o presidente do CFM, Roberto d’Ávila, afirmou que pedir as informações adicionais é necessário para que os conselhos consigam fiscalizar o exercício profissional dos médicos.

Ele ainda criticou a condição dos documentos que estão sendo encaminhados pelo Ministério da Saúde para a obtenção dos registros provisórios. D’Ávila apresentou diplomas em árabe e russo, sem carimbos ou registros, informando em português que se trata de um diploma de medicina.

Problemas como os apontados pelo presidente do CFM foram detectados pelo CRM-PR na documentação de profissionais estrangeiros que vão atuar no Paraná. Segundo informações do conselho, até agora o Ministério da Saúde enviou a solicitação de registro provisório de 20 dos 30 médicos selecionados para atuar no Paraná. A documentação de nenhum deles, porém, atendeu às exigências do conselho. O CRM-PR informou ontem à coordenação nacional do programa que não irá conceder o registro provisório desses profissionais.

Além de diplomas sem tradução juramentada, foram apresentados documentos e formulários trocados, fotos sem identificação e diplomas sem qualquer comprovação de que sejam verdadeiros.

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