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O consumo de combustíveis fósseis está entre os fatores que mais provocam emissões de gases de efeito estufa no Paraná | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
O consumo de combustíveis fósseis está entre os fatores que mais provocam emissões de gases de efeito estufa no Paraná| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Tal qual um paciente que precisa de um diagnóstico médico antes de tomar um remédio ou iniciar um tratamento, o Paraná foi investigar quais são as ações que geram gases nocivos ao meio ambiente para, então, definir políticas públicas que diminuam danos ao planeta. O chamado inventário de emissões de gases de efeito estufa do estado foi divulgado ontem, depois de 14 meses de trabalho. O estudo mostrou que quando os números são divididos pelo número de habitantes, as emissões paranaenses (5 toneladas por pessoa ao ano) são menores que a média nacional (12,2) e maiores que a paulista (3,8).

INFOGRÁFICO: Veja quais são os principais emissores de gases do efeito estufa no Paraná

Na prática significa que ainda há muito a ser feito por aqui para reduzir a quantidade de produtos nocivos que causam aquecimento global. O perfil das emissões paranaenses, mostrado no inventário, ficou bem diferente do padrão de outros lugares. Enquanto na média nacional, quase 80% vem do conjunto agricultura e florestas, principalmente provocado pelo desmatamento na Amazônia, no Paraná esse conjunto de fatores é o segundo colocado, com 41,6% das emissões.

Do total de 444 milhões de toneladas de gases de efeito estufa jogados na atmosfera pelo Paraná, no período de 2005 a 2012, 45,6% teriam sido produzidos por fatores energéticos, como o consumo de combustíveis fósseis. Apesar de o diesel representar em números absolutos mais emissões, como é usado para transporte de produtos acaba sendo menos prejudicial do que a gasolina, geralmente utilizada para deslocamentos individuais, explica Rafael Thiago do Carmo, consultor em mudanças climáticas da Way Carbon, empresa responsável pelo inventário.

Intermediário

Em São Paulo, a responsabilidade dos fatores energéticos sobe para 54% das emissões. "O perfil do Paraná é intermediário entre do Rio Grande do Sul e o de São Paulo", diz o consultor, destacando que não há por aqui concentração em fatores agrícolas ou energéticos, como nos dois estados comparados. Ele também reforça que, enquanto no Brasil o desmatamento é o vilão das emissões entre os fatores relacionados à agricultura e florestas, no Paraná as emissões deste quesito são provocadas, na maioria, pelo metano produzido na pecuária (na digestão de bovinos e dejetos de porcos) e pelo uso de fertilizantes no solo.

O Paraná é o sexto estado brasileiro a realizar o inventário. O levantamento não é obrigatório, mas deve ser a principal fonte de informação para que seja cumprida a exigência legal de elaborar – até outubro de 2015 – o plano estadual que vai estabelecer as ações governamentais para reduzir os impactos ambientais.

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