
Elas são pequenas, mas têm uma picada dolorida e venenosa. Somente neste ano (até 5 de novembro), as aranhas-marrons picaram quase três mil pessoas no Paraná, segundo um levantamento da Secretária de Estado da Saúde (Sesa). Como tendem a abandonar seus esconderijos no calor, a chegada das altas temperaturas reforça o alerta contra o aracnídeo muito comum na região Sul do país.
Nos últimos seis anos, foram registrados mais de 30 mil acidentes envolvendo aranhas-marrons no estado. Apesar de o número de casos vir caindo em praticamente todas as regiões, os aracnídeos ainda causam preocupação. Na regional Metropolitana do Paraná (que compreende Curitiba e os municípios da região metropolitana), 1.487 pessoas sofreram com picadas do bicho.
O biólogo Marcelo Vettorello, do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, explica que as aranhas-marrons costumam viver escondidas em frestas de rodapés e armários, atrás de quadros ou em meio a papéis. Mas, com o aquecimento das temperaturas, elas tendem a deixar o esconderijo.
O aracnídeo raramente ataca as pessoas, mas como se oculta em roupas de cama, travesseiros, calçados ou roupas, alguns acidentes podem acontecer. Geralmente, as picadas ocorrem quando as aranhas-marrons são comprimidas contra o corpo da pessoa, que não percebe a presença do bicho.
A picada da aranha causa dor, queimação e inchaço, num período entre seis e doze horas. O veneno dependendo da quantidade inoculada pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em um porcentual mínimo, pode até levar à morte. Por isso, assim que a pessoa perceber que foi picada, deve procurar o serviço de saúde mais próximo.
Em Curitiba, as unidades básicas e de Saúde da Família estão preparadas para atender casos de acidentes envolvendo aranhas-marrons, com medicamentos grátis e acompanhamento ambulatorial. Os casos mais graves são encaminhados a centros municipais de urgências médicas, onde o paciente recebe soro e é acompanhado por um corpo clínico.



