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Os caminhoneiros que precisarem descarregar as cargas no Porto de Paranaguá, Litoral do Paraná, devem enfrentar mais longas filas nesta quarta-feira (10). Desde a manhã de terça-feira (9), o início de um cadastramento de motoristas e o bloqueio de linhas férreas paranaenses provocaram uma fila, que se estendeu por todo o dia, de cerca de 25 quilômetros na BR-277.

Um dos principais motivos da longa fila foi o cadastramento ao qual todos os motoristas e caminhões estão tendo que se submeter. Segundo o responsável operacional do Porto de Paranaguá, Clauber Candian, este cadastro é obrigatório e atende às normas internacionais de segurança aplicadas em portos e aeroportos de todo o mundo.

De acordo com Candian, o cadastro não é demorado e consiste em reunir informações pessoais do caminhoneiro e do veículo. A medida, entre outras coisas, é para evitar fraudes em cargas e notas fiscais. Assim, o motorista ficará liberado de fazer um novo cadastro em uma próxima visita ao porto, somente sendo necessário o cadastro da carga.

Apesar da enorme fila ao longo da BR-277, a PRF informou que não houve registros de congestionamentos porque os caminhões estão parados no acostamento. Segundo assessoria de imprensa do porto, a média é de um movimento de 1.500 veículos por dia, mas como a época é de safra, o fluxo no porto pode chegar até 3.000 caminhões. O Sindicato dos Motoristas Autônomos do Paraná (Sindicam) estimou que pelo menos mil veículos se mantinham enfileirados esperando o cadastramento.

Para o presidente do Sindicam, Diumar Bueno, a iniciativa da administração do porto em realizar um cadastramento sem qualquer aviso prévio é questionável. "O porto deveria no mínimo ter avisado os sindicatos dos caminhoneiros para evitar as filas, a não ser que a intenção fosse justamente acumular um grande número de caminhões no porto", contesta.

Para os motoristas que já passaram pelo cadastro, o porto promove uma festa no pátio que oferece atendimento médico, dentário e psicológico. A festa começou na segunda-feira e vai até a quinta-feira.

Trens impedidos

Um outro fator que aumentou a quantidade de caminhões na fila do Porto de Paranaguá foi o bloqueio das linhas ferroviárias no Norte e Noroeste do Paraná realizado por agricultores. Com a manifestação, cerca de 20 mil toneladas deixam de chegar aos portos de Paranaguá e São Francisco do Sul, em Santa Catarina, pelos trens, o que levou as empresas a usarem caminhões para o transporte.

O protesto aconteceu em vários estados brasileiros além do Paraná, e é uma resposta dos agricultores a atual crise no setor. Eles reclamam dos preços pouco atrativos, do dólar desvalorizado, dos juros altos e dos prazos curtos para pagamento das dívidas. A estimativa da América Latina Logística (ALL), empresa que controla a rede ferroviária estadual, é que o prejuízo diário pode chegar a R$ 1,2 milhão com o bloqueio.

Greve dos auditores

Em greve há uma semana, os auditores da Receita Federal deixaram de fazer a fiscalização das cargas que entram e saem do país. Enquanto isso, toneladas de mercadorias esperam liberação dos armazéns do Porto de Paranaguá. Os auditores querem um aumento de salário entre 27% e 47%.

São 40 auditores do porto que estão de braços cruzados. O que já gerou cerca de R$ 500 mil em mercadorias paradas no pátio.

Veja em vídeo como a greve dos auditores está lotando o pátio do porto

Veja imagens da fila na reportagem em vídeo do ParanáTV

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