
O afogamento é a segunda maior causa de morte no Brasil entre crianças de 1 a 14 anos de idade. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que quase 1,4 mil crianças morreram vítimas de afogamento em 2007. No Paraná, os acidentes com crianças de 0 a 14 anos representam 34% dos casos de afogamentos registrado pelo Corpo de Bombeiros, durante a Operação Verão 2009/2010. Ao todo, foram 311 ocorrências. A maior parte delas, 224 situações, foram registradas na faixa etária entre 10 e 14 anos.
Para ajudar a mudar essa realidade, a ONG Criança Segura lançou em seu site (http://crianca-segura.ning.com/) a campanha "Aprenda a prevenir afogamentos de maneira divertida", de orientação aos pais. Através de uma animação interativa, os pais recebem informações sobre prevenção e situações de maior perigo em casa, na piscina e na praia. "Ao realizarmos a campanha via internet, nossa estratégia foi atingir um público maior, considerando o alcance dessa ferramenta, e assim diminuir as ocorrências", comenta a coordenadora nacional da ONG, Alessandra Françóia. Segundo ela, a abordagem usada contribui para uma melhor percepção dos pais. "Entendemos que as campanhas em geral não causam transformação imediata, mas a interatividade faz com que prestem mais atenção ao assunto", explica.
A grande maioria desses acidentes acontece em águas abertas, como mares e rios. Mas os riscos também estão no ambiente doméstico. Além das piscinas, as banheiras, bacias, baldes, caixas dágua, tanques, vasos sanitários, pias e poços merecem atenção dos pais. Para um bebê que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam grande perigo. Nessas situações, as ocorrências letais acontecem de forma rápida e silenciosa.
Em qualquer situação, entretanto, a regra geral é: os adultos devem sempre supervisionar crianças e adolescentes, seja na piscina, no lago ou na praia. E não importa que o local do banho seja raso ou que a criança saiba nadar, os pais ou responsáveis não devem tirar os olhos dela nem por um segundo. Conforme orientação da ONG, as crianças não têm consciência do perigo e os adultos não devem superestimar a capacidade delas.
Socorro
Quando a pessoa se afoga é provável que a água entre nos pulmões, limitando a entrada de ar. A medida mais urgente é a respiração boca-a-boca. De acordo com a pediatra do Hospital Pequeno Princípe Maria Cristina da Silveira, a procura por atendimento médico deve ser feita o mais rápido possível. Segundo a médica, os pais podem fazer leves massagem no tórax e na barriga da criança, mantendo sua cabeça de lado, para fazer com que ela expila o líquido. Mesmo que a vítima acorde e pareça recuperada, ela deve ser levada ao hospital para prevenir complicações. É importante ainda mantê-la aquecida enquanto espera pelo socorro médico, cobrindo-a com toalhas secas e, se possível, retirando sua roupa molhada.



