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LONDRINA

Carceragem superlotada faz presos se rebelarem

Depois de quatro horas, carcereiro feito refém foi liberado. Detentos reclamam de superlotação na cadeia. Juíza foi chamada para negociar a transferência de presos

Policiais afastam familiares de presos durante o motim no 2.º Distrito Policial de Londrina | Roberto Custódio/ Gazeta do Povo
Policiais afastam familiares de presos durante o motim no 2.º Distrito Policial de Londrina (Foto: Roberto Custódio/ Gazeta do Povo)

A superlotação no 2.º Distrito Policial de Londrina, no Norte do estado, levou os detentos a se rebelarem na tarde de ontem. Um carcereiro foi feito refém durante o motim, que durou quatro horas. Depois que o movimento foi controlado, policiais constataram que as celas da unidade não tinham condições de abrigar os presos. Em um espaço projetado para 120 presos, estavam alojados 340 pessoas.

Protestando contra a superlotação, os rebelados ameaçaram atear fogo em colchões e exigiram a presença da juíza da Vara de Execuções Penais (VEP), Márcia Guimarães, para intervir na negociação e acertar a transferência de 90 deles para outras unidades prisionais.

A rebelião teve início por volta das 16 horas, quando o carcereiro de plantão, Nilson Carlos, foi feito refém. Segundo a polícia, ele estava recolhendo as sobras do almoço quando foi dominado à força e, em seguida, amarrado. "Os presos pedem melhorias no conforto, dizem que o local é quente, abafado e pequeno", afirmou o tenente Ricardo Eguedis, porta-voz da Polícia Militar (PM), no início da tarde de ontem. Presos de apenas algumas celas participaram do motim.

As equipes do Pelotão de Choque foram acionadas, o que exaltou o ânimo dos familiares dos detentos, que acompanhavam a situação do lado de fora. "Nós temos medo do Choque. Eles são piores que bandidos", diziam algumas mulheres. Pelo menos cinco carros com policiais fortemente armados e outras três motocicletas foram até o local. Durante a rebelião, o carcereiro Nilson Carlos conseguiu conversar, por telefone, com a mulher dele.

Durante todo o dia, a movimentação de policiais militares e civis foi intensa. A juíza Márcia Guimarães chegou acompanhada do oficial de Justiça José Abrahão para negociar com os detentos. O motim acabou por volta das 20 horas, quando o carcereiro foi liberado. Carlos foi levado pelo Corpo de Bombeiros a um hospital da cidade para passar por exames.

Depois de o carcereiro ser liberado, um grupo de dez mulheres de presos foi chamado para conversar sobre a situação com os policiais. "Não vimos os presos, mas o Choque não entrou. Eles vão ser transferidos", disse a costureira Meire Mariana. De acordo com ela, as celas da unidade estavam destruídas.

O tenente Eguedis confirmou que "as celas não têm condições de abrigar os presos" e que, também por conta disso, eles seriam transferidos para unidades prisionais da cidade. Ao todo, 90 presos devem ser remanejados. To­­dos os detentos foram levados ao pátio, onde foram revistados e aguardariam o transporte para a remoção.

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