Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) do Paraná fecharam a Agência Marechal Deodoro, a maior de Curitiba, na manhã desta segunda-feira (17). A categoria está em greve desde a noite de quarta-feira (12) quando aderiram à paralisação nacional. Os funcionários estão concentrados também na sede da Rua João Negrão e na XV de Novembro.
A direção dos Correios deu um prazo até esta segunda para os funcionários voltarem ao trabalho. Caso contrário, entraria na Justiça para discutir o pagamento do dissídio coletivo durante a tarde. "Nós não temos preocupação com relação a isso", afirma o diretor de Finanças do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR).
Na semana passada, a direção nacional do Correios apresentou proposta ao comando de greve, em Brasília (DF), mas ela não foi aceita. Com pequenas alterações ao que havia sido apresentado na terça-feira (11), a empresa ofereceu agora o abono de R$ 400, que inicialmente seria parcelado em duas vezes, em um pagamento único. A empresa também desistiu de retirar pais e mães com renda de até 1,2 salário mínimo do plano de assistência médica. Mas não houve nenhum avanço em relação ao reajuste salarial.
Protestos
Na sexta-feira (41), os funcionários realizaram uma passeata pela região central da capital paranaense, quando foi distribuída uma carta aberta à população explicando os motivos da greve. À noite, os trabalhadores realizaram uma assembléia e decidiram pela continuidade do movimento.
Um grupo formado por cerca de 40 funcionários está acampado na frente da sede regional dos Correios desde quinta-feira. No domingo (16), a categoria organizou uma "greve em família" na Travessa Pinheiro, localizada ao lado da sede estadual da empresa, das 10h às 14 horas. Foram montadas piscinas de bolinhas e outras brincadeiras para as crianças.
Adesão
O Sintcom-PR reitera que a adesão à greve é crescente e já supera o percentual de 80% da categoria na maioria dos 399 municípios do Paraná. O sindicato contesta a alegação da empresa, de que a greve teria uma baixa adesão dos trabalhadores, com uma média de 40% dos funcionários.
Conforme a assessoria de comunicação dos Correios no Paraná, a distribuição de correspondências, nos dois dias de paralisação das atividades ficou prejudicada no estado em 40%. Em torno de 500 mil objetos, deixaram de ser entregues durante o primeiro dia de paralisação, a quinta-feira (13). Diariamente são distribuídos 1,3 milhão de correspondências, sendo que metade deste número diz respeito a Curitiba. O efeito, porém, só será sentido dentro de três a quatro dias, conforme avaliação dos Correios.
Reajuste
Em greve desde a noite da última quarta-feira (12), os trabalhadores reivindicam R$ 200,00 de aumento real linear, além da reposição das perdas salariais que, acumuladas desde 1994, totalizam 47,77%. A direção dos Correios oferece um reajuste de apenas 3,74%, R$ 50 de aumento real a partir de janeiro de 2008 e um abono de R$ 400. A contraproposta da empresa ainda retira uma série de direitos já conquistados pela categoria, em especial na área de assistência médica.



