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Um ano depois

Caso Bruno ainda espera julgamento

Três vigilantes da empresa Centronic estão presos. Crime contra jovem de 19 anos expôs problemas do sistema de segurança privada no país

Bruno Coelho, em duas fotos divulgadas pela família: morte na madrugada | Divulgação
Bruno Coelho, em duas fotos divulgadas pela família: morte na madrugada (Foto: Divulgação)
Marlon Janke: segurança teria matado Bruno com auxílio de outros dois colegas |

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Marlon Janke: segurança teria matado Bruno com auxílio de outros dois colegas

Completa hoje um ano o crime que demonstrou a fragilidade da segurança particular no Paraná. Na madrugada do dia 2 de outubro de 2007, o estudante Bruno Strobel Coelho Santos desapareceu após assistir a uma partida do Coritiba com amigos. Seis dias depois, o corpo do rapaz, de 19 anos, foi encontrado com dois tiros na cabeça em um matagal próximo à Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba. Quinze dias após o desaparecimento, a polícia prendeu os acusados do crime: três vigilantes da empresa de segurança Centronic.

Na madrugada daquele dia, Bruno foi abordado pelo vigilante Marlon Balen Janke por supostamente pichar o muro de uma empresa cliente da Centronic. Rendido, o rapaz foi levado à sede da empresa de segurança, onde teria sido espancado por Janke e outros vigias. Durante a agressão, Bruno revelou ser filho do jornalista Vinícius Coelho, o que teria motivado o assassinato. Com o auxílio dos também vigias Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues e Eliandro Luiz Marconcini, Bruno foi levado ao matagal onde foi assassinado. Janke e Rodrigues estão presos em Curitiba e Marconcini em São Paulo, para onde fugiu após os três obterem habeas corpus de soltura em maio.

A partir da morte de Bruno, a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação Varredura nos estados para fiscalizar armas e munições das empresas regularizadas e fechar empresas clandestinas do setor. No Paraná, a operação chegou em junho, quando 53 empresas que atuavam na clandestinidade (29 delas só em Curitiba) foram autuadas.

A morte de Bruno também mobilizou a Câmara Municipal de Curitiba. Em agosto, os vereadores aprovaram a proposta de não liberar alvará a empresas de segurança que não estejam cadastradas na PF. "Infelizmente o Bruno não volta mais. Mas o exemplo do que aconteceu com ele está servindo para que a polícia prenda essas pessoas que cometem crimes enquanto deveriam estar auxiliando na segurança. Isso nos alivia um pouco", ressalta Vinícius Coelho.

Hoje, o jornalista e a família irão ao túmulo de Bruno no Cemitério Municipal para prestar homenagem ao rapaz. "Eu e minha família estamos muito fragilizados desde que o Bruno morreu. Eu, mesmo sendo jornalista esportivo, nunca mais consegui ir a um jogo de futebol desde que perdi meu filho. As coisas perderam a graça", revela Vinícius, que para tentar superar a dor tem buscado auxílio na igreja.

A data do julgamento de Janke, Rodrigues e Marconini ainda não foi determinada pela Justiça. Segundo o advogado da família Coelho, Juarez Bortoli, a Justiça está ouvindo as testemunhas de acusação.

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