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Alarme falso

Caso da gata que deu cria a “gato-cachorro” é farsa

Curitiba – A história da gata que teria gerado filhotes com um cachorro é falsa. A proprietária dos animais, a dona de casa gaúcha Cássia Aparecida de Souza, 18 anos, da cidade de Passo Fundo (RS), continua confirmando o fato, mas especialistas desmentiram ontem a possibilidade do cruzamento entre as duas espécies. A notícia causou um verdadeiro rebuliço entre os vizinhos de Cássia, que ainda se perguntavam ontem se os filhotes da gata Mimi, como é conhecida na região, iriam "miar ou latir".

"A chance é nula por motivos físicos, biológicos e genéticos. A cópula entre os dois é impossível. Mesmo que tivesse ocorrido, os números dos cromossomos das duas espécies impediriam o nascimento de um animal viável", explica o geneticista e biólogo Adil de Oliveira Pacheco, da Universidade de Passo Fundo, especialista que examinou os filhotes. Ele foi chamado para examinar a veracidade do fato por uma rádio local no fim de semana.

De acordo com o médico veterinário Elgio João Presotto, do Hospital Veterinário São Bernardo, de Curitiba, não seria possível nem a inseminação artificial. "O caso é inverossímil. É como se um homem cruzasse com um macaco", exemplifica.

A farsa do nascimento de "gatos-cães" no último sábado se propagou pelo fato de a fêmea ter amamentado os três filhotes. Fotos foram divulgadas amplamente pela imprensa e pela internet. "Ela teve antes três gatinhos, que morreram, e acabou por adotar cachorrinhos que estavam na vizinhança", diz o pesquisador. "As pessoas não têm conhecimentos científicos e se deixam levar por aquilo que querem acreditar", completa.

Para oficializar o diagnóstico e acalmar os ânimos da família, vizinhos e amigos que insistem em acreditar no nascimento misterioso, o pesquisador fará um exame oficial a partir de amostras de sangue dos três filhotes. "É um método simples de identificação do número de cromossomos que confirmará que são três cachorros", diz.

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