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O assassinato do estudante Bruno Strobel Coelho levou o Ministério da Justiça a determinar o fechamento da Centronic, mas a empresa de vigilância continua funcionando, desde o mês passado, amparada em uma decisão liminar da Justiça Federal. Os acusados do assassinato eram funcionários da empresa e abordaram o estudante durante o serviço. Além disso, teriam torturado Strobel na sede da Centronic e usado veículos da empresa para transportá-lo ao local do assassinato, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba.

A ordem do Ministério da Justiça, emitida no dia 27 de abril, considerou que a participação dos vigilantes da Centronic e o uso de instalações e veículos da empresa indica a prática de atos ilícitos. Por isso determinou que a empresa fosse punida com a perda da autorização de funcionamento, como prevê a Portaria 387 de 2006, do Departamento de Polícia Federal. A PF é responsável pela fiscalização do setor de segurança privada no país. Em maio, a PF chegou a apreender parte do armamento, do estoque de munição e dos equipamentos de vigilância utilizados pela Centronic.

No entanto, a empresa entrou na Justiça e no dia 26 de junho obteve uma decisão liminar da desembargadora do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região Marga Inge Barth Seller. A decisão suspendeu os efeitos da ordem de cassação da licença da empresa. A Centronic já havia sido alvo de um procedimento da PF para a perda da autorização, nos desdobramentos do assassinato do estudante, mas na época o Ministério da Justiça converteu a pena em uma multa no valor de R$ 5 mil.

"O atual procedimento é idêntico ao anterior, que foi convertido em multa. O fato não aconteceu com conhecimento ou autorização da empresa", afirmou ontem à reportagem o advogado da Centronic, Carlos Roberto Menosso.

Clientes

Em maio deste ano a empresa chegou a comunicar seus clientes do encerramento de suas atividades. Em seu testemunho durante o julgamento dos ex-vigilantes, ontem, o jornalista Vinícus Coelho, pai da vítima, acusou a Centronic de estar transferindo suas atividades para a empresa Segline, que teria os mesmos proprietários.

A assessoria de imprensa da Centronic informou ontem que a empresa tinha apenas indicado os serviços da Segline aos seus clientes e negou que as duas tenham os mesmos donos. Segundo a assessoria, a empresa voltou atrás após a decisão favorável da Justiça. "A Cen­­tronic continuará funcionando normalmente enquanto tiver autorização para tanto", garante Menosso.

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