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Prevenção

Castigada pelas chuvas, Irati assina plano de contingência

Cidade estava entre os 150 municípios atingidos pelas chuvas de junho no Paraná. Documento prevê como agir em desastres naturais

Irati lançou nesta quinta-feira um documento com diretrizes para enfrentar desastres naturais | Josué Teixeira / Jornal de Londrina
Irati lançou nesta quinta-feira um documento com diretrizes para enfrentar desastres naturais (Foto: Josué Teixeira / Jornal de Londrina)

Irati, no Centro-Sul, ainda conserta os estragos causados pelas enchentes que ocorreram em junho no Paraná, mas lançou nesta quinta-feira (18) um documento para orientar as secretarias municipais e os órgãos de segurança sobre como se comportar em novas intempéries. É o Plano de Contingência de Proteção Municipal e Defesa Civil (Plancon), previsto em lei nacional. No Paraná, 343 municípios, ou seja, 86% do total, já possuem o documento.

O plano de contingência escala quem faz o quê diante de um desastre natural, listando os telefones dos responsáveis pelas funções e os encaminhamentos necessários. O documento enumera ainda quais são as áreas críticas do município e qual a estrutura de atendimento das famílias afetadas. Em caso de enchente, por exemplo, há um grupo responsável pelo cadastramento das famílias desabrigadas, outro para o encaminhamento dessas famílias a abrigos coletivos e outro para a compra de materiais básicos, como colchões e alimentos. O trabalho envolve todas as secretarias municipais e os órgãos de segurança, desde a Guarda Municipal ao Corpo de Bombeiros.

A diretora de Operações da Defesa Civil em Irati, Rozenilda Romaniw Bárbara, conta que o plano já estava em elaboração na enchente ocorrida em 7 de junho e que, por isso, o encaminhamento das vítimas do temporal foi agilizado. A cheia do Rio das Antas e de seus afluentes deixaram 12 feridos, 100 desabrigados e 1,5 mil desalojados.

O município foi um dos 150 do estado que registraram estragos causados pelas chuvas. Curitiba, que também teve prejuízos, ainda está elaborando o Plano de Contingência. Segundo Rozenilda, hoje Irati tem cerca de 300 famílias em áreas de risco. Em junho, o município decretou situação de emergência, porém, não recebeu verbas dos governos federal e estadual, apenas materiais como colchões, cestas básicas, óleo diesel e kits de higiene.

Dois projetos foram encaminhados, em agosto, para o governo federal. Um de reconstrução de pontes, avaliado em R$ 1,2 milhão, e outro de construção de 46 casas populares, orçado em R$ 2 milhões. Ainda não há resposta. Segundo o secretário de Obras, Luciano Menon, a cidade deve encerrar somente em dezembro o conserto dos estragos causados em junho. Ainda nesta semana, segundo ele, é feita a reconstrução de pontes, a limpeza de bueiros e a dragagem do Rio das Antas.

Com o Plano de Contingência, o município poderá prevenir novos prejuízos. Rozenilda lembra que não houve custo adicional para a prefeitura na confecção do plano. A orientação para a confecção do documento veio da Defesa Civil do Paraná. O órgão tem, desde 2012, um software no seu site oficial que ensina, passo a passo, com formulários necessários, como deve ser a elaboração do Plano.

O chefe do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, ligado à Defesa Civil, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, lembra que o Paraná é o único estado a disponibilizar esse recurso aos municípios. "Pela legislação nacional, só municípios prioritários, que têm maiores riscos de desastres naturais, devem fazer o plano, mas acredito que o plano é um direito e um dever de todo e qualquer município", comenta.

Irati, que pertence à área do 2.º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa, é o 33.º município a assinar o plano, entre as 40 prefeituras abrangidas. "O desastre não marca a hora que vai acontecer, todos têm de estar preparados", lembra o comandante, tenente-coronel Wilson Mayer.

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