
O Paraná é o quinto estado com o maior número de notas falsas em circulação desde 2000, segundo o Banco Central. No ano passado, o valor movimentado em cédulas falsificadas cresceu 48%, passando de R$ 783 mil para R$ 1,16 milhão. Em todo o país, o montante chegou a R$ 22,33 milhões, com a circulação de 570 mil cédulas ilegais 32.462 só no Paraná. Em 2005 foram 20.107 notas no estado, sobretudo de R$ 10 e R$ 50.
O prejuízo quase sempre acaba nas mãos de cidadãos comuns, principalmente comerciantes. Neste ano, até abril, o Banco Central registrou a apreensão de 4.593 cédulas falsas no Paraná, o equivalente a R$ 148.480. O golpe é tão sofisticado que chega a confundir os próprios bancos.
Não é díficil encontrar casos de pessoas que sacaram dinheiro falso em caixas eletrônicos de bancos. Foi o que ocorreu com o auxiliar de marceneiro Gilmar Bessa, 46 anos. Ele tomou um susto ao tentar pagar as compras do mercado com uma nota de R$ 50 e ouvir da moça do caixa que o dinheiro era falsificado. O fato ocorreu no último dia 17. Segundo Bessa, a cédula havia sido sacada nove dias antes no caixa automático do Unibanco, agência Marechal, em Curitiba, quando ele retirou o dinheiro da pensão da mãe, uma senhora de 78 anos, no valor de um salário mínimo.
Na operação, Bessa recebeu três notas de R$ 10 e sete de R$ 50, uma delas considerada falsa. Diante da recusa do supermercado em aceitá-la, o auxiliar de marceneiro voltou ao banco, que se recusou a ressarci-lo do prejuízo, alegando que ele demorou mais de uma semana para reclamar. O caso acabou levado à Polícia Federal (PF), que vai investigar a origem do dinheiro.
Para não ficar no prejuízo, Bessa pretende cobrar os danos materiais e morais que teve com a nota falsa de R$ 50 sacada no caixa eletrônico do Unibanco. "A polícia ficou com a nota e eu passei o vexame no mercado", disse a vítima.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o Unibanco informou que não é comum ocorrer saque de nota falsa nos seus caixas automáticos. Segundo a assessoria de imprensa do banco, o fato registrado pelo auxiliar de marceneiro na Polícia Federal ainda está em análise pela sua diretoria.
Estado é líder em moedas falsificadas Quando o assunto é dinheiro de metal, o Paraná é o líder na apreensão de moedas falsas no país (desde 2000), de acordo com dados do Banco Central (BC). Foram 139.138 unidades apreendidas, o equivalente a R$ 37% do volume total interceptado no país nos últimos sete anos.
O auge do derrame de moedas falsas no estado ocorreu em 2003, quando a antiga moeda de R$ 1 de aço inox a preferida dos falsários saiu de circulação, dando lugar para a prateada de anel dourado. Segundo o BC, 93.175 moedas foram apreendidas em 2003 no Paraná.



