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Pesquisa

Célula-tronco é esperança na luta contra a cegueira

Ribeirão Preto - Desde a primeira semana deste mês, um grupo de pesquisadores usa, pela primeira vez no mundo, células-tronco para tentar recuperar a visão de pacientes com retinose pigmentar, doença degenerativa hereditária que mata células da retina, causando desde a perda gradual da visão até a cegueira total e irreversível. Inicialmente, a meta é verificar a segurança do procedimento. Três voluntários já receberam a aplicação e outros dois receberão na semana que vem. Os primeiros resultados poderão surgir a partir de seis meses.

O Brasil tem cerca de 40 mil pacientes com a doença, ainda sem tratamento. Os pesquisadores batalharam cinco anos para que a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Ministério da Saúde, aprovasse o projeto.

Foram coletadas medulas ósseas, por punções, na altura das bacias dos próprios pacientes selecionados, e no Laboratório de Terapia Celular, do Hemocentro de Ribeirão Preto, foram separadas as células-tronco. Em seguida, no Centro de Pesquisas Rubens Siqueira, em São José do Rio Preto, após anestesias locais com colírio, foram feitas as aplicações, com injeções. O procedimento demora menos de 15 minutos. Os pesquisadores esperam que as células-tronco resultem na recuperação da visão.

"Até agora não tivemos complicações, o que demonstra a segurança do procedimento", diz um dos pesquisadores, Rubens Siqueira, da Faculdade de Medicina de Catanduva. "Houve expansão do campo visual", afirma a primeira paciente que recebeu o implante, a estudante de psicologia Fernanda Fernandes, de 22 anos, de Birigui.

O possível sucesso nos resultados poderá levar a novos tratamentos com células-tronco no combate a outras doenças de fundo de olho, como a retinopatia diabética e a degeneração macular relacionada à idade.

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