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Na estrada do Kalinoski, que liga Teixeira Soares a Ponta Grossa,  caminhão que transporta leite segue deslizando no barro | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Na estrada do Kalinoski, que liga Teixeira Soares a Ponta Grossa, caminhão que transporta leite segue deslizando no barro| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

O que é

Entenda os programas

As ações fazem parte das políticas nacional e estadual de abastecimento e estão inseridos no programa Fome Zero, de segurança alimentar. A Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) realiza o cadastramento e contato com os pequenos agricultores, grande parte deles situados em assentamentos rurais, e também presta a assistência técnica necessária. Os produtos em pequena escala colhidos no campo são coletados pelas prefeituras, que fiscalizam as entregas e distribuem ovos, legumes e verduras para instituições como creches, asilos, escolas e hospitais. Os contratos são realizados com a Conab ou com a Setep, que pagam direto aos produtores.

Ponta Grossa - As constantes chuvas registradas em todo o Paraná estão atrasando as entregas do programa de Com­pra Direta da Agricultura Familiar, dos governos estadual e federal. Co­­mo os produtos vão direto para a merenda de escolas municipais e estaduais – além de asilos, hospitais, creches e assistência social –, muitas crianças estão se alimentando com uma refeição menos nu­­tritiva nas últimas semanas. As es­­colas e creches representam 65% do destino das hortaliças, grãos, raízes e legumes ecológicos que chegam diretamente do campo. As intempéries fizeram diminuir a quantidade e também a qualidade dos produtos, além de deixar as estradas quase intransitáveis.

A situação ocorre porque muitos dos pequenos produtores ru­­rais cadastrados para realizar as ven­­das estão enfrentando dificuldades para cumprir as cotas estabelecidas em contratos com a Companhia Nacional de Abas­­te­­ci­­men­­to (Conab) e com a Secretaria de Trabalho e Promoção Social (Setep), devido ao excesso de chuvas e às más condições das estradas rurais. No Paraná estão em andamento 353 projetos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), envolvendo 9,5 mil produtores e 3,3 mil entidades beneficiadas em cerca de 250 municípios. O investimento é de R$ 27 milhões, sendo R$ 12 milhões da Conab e outros R$ 15 milhões da Setep, entre 2008 e 2009. Os programas são complementares entre si.

No entanto, o tempo está atrapalhando os produtores, que têm um ano para plantar, colher e en­­tregar. "Até 30 de agosto foram executados 50% do nosso programa. Os projetos estão um pouco atrasados e sabemos que em alguns casos teremos de conceder novos prazos, porque as entregas não devem terminar", avalia o superintendente da Conab no estado, Lafaete Jaco­mel. O programa deveria encerrar em dezembro.

A situação se reflete na outra pon­­ta, a dos beneficiários, caso da escola municipal Padre Ladislau Maybuk, em Teixeira Soares. "A gente sente bastante a falta porque já estávamos acostumadas. Os alimentos fazem diferença na alimentação das crianças. Temos de procurar alternativas, como providenciar uma horta na escola, para quebrar um galho", lamenta a di­­re­­tora Roselaine Colmer. "Semana pas­­sa­­da não veio e nesta semana veio pouco", completa. Sem o su­­ple­­mento, resta apenas a refeição da cesta básica. Para a coordenadora do Programa de Aquisição de Alimentos na cidade, Célia Gomes, "em seis anos com o PAA, percebemos a recuperação nutricional das crianças. O atraso na entrega atrapalha porque existe um corte nessa sequência", aponta.

Segundo a coordenadora do Pro­­grama Estadual de Alimentação Es­­colar, Márcia Cristina Stolarski, as crianças não ficam sem merenda. O estado mantém o programa Escola Cidadã, no qual as di­­retorias recebem dinheiro do governo para compra dos produtos no mercado local. Ela salienta que o estado garante 20% da necessidade nutricional dos estudantes.

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