As chuvas que atingem diversas áreas do Rio desde a noite de quarta-feira já fizeram com que 4.800 pessoas deixassem suas casas em oito cidades, segundo dados divulgados hoje pela Defesa Civil. Uma pessoa morreu e outras oito estão desaparecidas.
A cidade com maior número de pessoas afetadas é Angra dos Reis, com 320 pessoas desalojadas (foram para casas de amigos e parentes), 160 desabrigadas, ou seja, dependem de abrigos públicos, e mais 2.380 retiradas de suas casas por agentes públicos devido ao risco danos causados pelas chuvas.
Ainda em Angra, houve o transbordamento do rio Perequê, no distrito de Mambucaba, e enxurradas no rio Caputera. Além disso, nove casas foram destruídas e 38 ficaram danificadas. A Defesa Civil aponta ainda três pessoas feridas no município em decorrência dos danos.
Duque de Caxias também registra diversos problemas em decorrência das chuvas. Entre eles estão o transbordamento dos rios Saracuruna, Inhomirim e Capivari, a destruição de 45 casas e danos registrados em outras 200. Com isso, há cerca de mil pessoas desalojadas e 270 desabrigadas, além de um morto em Xerém.
Em Mangaratiba, houve rolamento de pedras na BR-101 e na estrada Junqueira, e deslizamentos de terra em Fazenda Inhaíba, RJ-014, Ribeira, Axixa, Parque Bela Vista, Palha e Cachoeira 1º e 2º. Ao todo, há 90 pessoas fora de suas casas.
Na cidade de Belford Roxo, houve transbordamento dos rios Botas, Sarapuí e Iguaçu. De acordo com a Defesa Civil o nível do rio Capivari está muito alto, impedindo o deságue desses rios. Com isso, houve inundação em diversos pontos. Ao todo, 550 pessoas estão desalojadas e oito estão desabrigadas.
Petrópolis e Teresópolis também registraram transbordamentos de rios, alagamentos e deslizamentos. Em Teresópolis, as sirenes de alerta foram acionadas nas regiões de Caxangá, Perpétuo, Pimentel, Rosário, Vale da Revolta e Santa Cecília.
Em Nova Iguaçu houve o transbordamento do rio Botas, mas não gerou danos ou deixou pessoas desabrigadas. Já em Seropédica, foram registradas enxurradas, casas danificadas e 35 pessoas desalojadas. Chuva não dá tregua
A chuva não deu trégua à Baixada Fluminense durante toda a madrugada desta sexta-feira (4). Após um temporal na noite de quarta-feira (2), a chuva perdeu intensidade, mas não parou durante toda a madrugada em Duque de Caxias, cidade mais afetada pelos estragos do temporal. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) manteve o alerta máximo para a cidade e também em São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Nova Iguaçu, todas na região da Baixada Fluminense. Na região Serrana, também afetada pelas chuvas, e em Angra dos Reis, voltou a chover forte na madrugada e a situação é de atenção, segundo o instituto.
Nesta sexta, o governador do Rio, Sérgio Cabral se reúne com o ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o secretário Nacional de Defesa Civil, Humberto Viana. A reunião vai avaliar os estragos causados pela tempestade e definir ações para as regiões mais afetadas. O encontro será no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul, e também terá a participação de secretários estaduais de Defesa Civil, Saúde e Meio Ambiente.
Em Xerém, a prefeitura de Duque de Caxias contabilizou 400 pessoas desabrigadas na noite desta quinta-feira (3), mas, segundo a Defesa Civil, o número passou de mil pessoas. Ao todo, 200 casas foram destruídas na cidade, a maior parte nas regiões de Pedreira, Pocilga e Café Torrado, bairros mais próximos à cabeceira do rio Capivari, que transbordou em função das fortes chuvas da madrugada de quinta-feira.
Duas pessoas ainda estão desaparecidas na região, entre elas um funcionário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), chamado Eneas Paes Leme. A outra vítima era morador de Duque de Caxias.
Na região Serrana, as chuvas voltaram com intensidade nessa madrugada, mas não há relatos de destruição. A situação preocupa as autoridades de Defesa Civil. Em função do terreno encharcado pelas chuvas, toda a região está instável e há possibilidade de novos deslizamentos.



