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Protesto

Cidade de Antonina pede o direito de nascer

Falta de obstetras obriga gestantes a terem filhos em cidades vizinhas. Até o filho do prefeito veio à luz em outro município. População foi às ruas

 | Oswaldo Eustáquio/Gazeta do Povo
(Foto: Oswaldo Eustáquio/Gazeta do Povo)

Moradores de Antonina se reuniram ontem para pedir melhoras na saúde pública. Uma caminhada, com cerca de 150 pessoas, saiu da antiga maternidade, no caminho do porto, em direção às instalações do Hospital Sílvio Bittencourt de Linhares, que não foi aberto ao público por falta de equipamentos.

Tamara Trancoso, 20 anos, está de 40 semanas de gestação. "É muita indignação. Liguei para o hospital onde fiz o pré-natal e mandaram eu me virar. Para ter minha filha preciso sair de Antonina. Não sei o que fazer", afirma. A dona de casa Sibelly Caroline lembra a precariedade do serviço de saúde. De acordo com a manifestante, na semana passada nenhum antoninense nasceu na cidade, o que inclui o filho do prefeito João Domero: o parto teve de ser feito em Paranaguá.

Demolição

Em 2011, o único hospital de Antonina foi demolido, com a promessa de novas instalações. O novo hospital, que custou quase R$ 4 milhões, está pronto, mas ainda não foi aberto ao público por falta de equipamentos.

A empresa terceirizada responsável pelo atendimento médico na cidade rompeu o contrato com o município por falta de pagamento, deixando a população sem serviço de pediatria e obstetrícia. A prefeitura culpa a má gestão do secretário municipal de Saúde, José Luiz Velozo, afastado do cargo. Procurado, Velozo não atendeu o telefone celular.

Em comunicado, o site da prefeitura de Antonina informa que os serviços de obstetrícia e maternidade estão suspensos devido a ausência de condições sanitárias. O texto informa que todos os partos estão sendo direcionados para o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. E que o acompanhamento pré-natal é prestado pelo programa Mais Médicos, nos postos de saúde do município.

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