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Estudo inédito realizado pelo IBGE com base nos dados do Censo mostra que o País tinha, em 2010, 26 grandes concentrações urbanas, cinco delas no estado de São Paulo. Os mapas apontam clara tendência de interligação entre os municípios, que ultrapassam as divisas territoriais e pedem políticas públicas integradas. Grandes manchas urbanas estão concentradas principalmente no Sudeste. Nas 26 grandes concentrações viviam 79 milhões de pessoas, ou 41,3% da população de 2010.

‘Cidade-região’ de São Paulo tem 14% da população e 25% do PIB

A interligação das concentrações urbanas paulistas é tamanha que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) criou para São Paulo a categoria “cidade-região”, que soma os 27,4 milhões de habitantes de 11 diferentes arranjos populacionais, com total de 89 municípios.

Segundo o estudo do IBGE divulgado nesta quarta-feira, 25, a cidade-região de São Paulo, com 14,4% da população brasileira, alcançou, em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 964 bilhões, equivalente a um quarto do PIB nacional.

Os técnicos do IBGE apontam que a concentração urbana da capital tem o papel de “grande estruturador” da cidade-região. “Não deve ser minimizada, porém, a participação dos demais arranjos, em especial Campinas, Baixada Santista e São José dos Campos”, dizem.

O conceito de grande concentração urbana se refere a grupos de cidades com forte ligação entre si que somam mais de 750 mil habitantes. O principal fator de integração entre os municípios é o deslocamento de moradores para trabalho ou estudo. Também são levados em conta os municípios que se aproximaram a ponto de parecerem um só (conurbação urbana). Na lista há dois municípios isolados, mas que, pelo grau elevado de urbanização, também se enquadram na classificação de grandes concentrações - Manaus (AM) e Campo Grande (MS).

São Paulo é o único Estado que tem mais de uma grande concentração urbana. O maior agrupamento é formado pela capital e outros 35 municípios, somando 19,6 milhões de habitantes. As outras grandes concentrações urbanas paulistas são grupos de municípios nas regiões de Campinas (1,8 74 milhão de habitantes), Baixada Santista (1,556 milhão), São José dos Campos (1,419 milhão) e Sorocaba (779,7 mil).

O IBGE também estudou arranjos populacionais, que são grupos de cidades interligadas, independentemente do tamanho. Os arranjos com mais de 100 mil habitantes foram chamados concentrações e estão divididas em médias (que tem de 100 mil a 750 mil habitantes) e grandes (mais de 750 mil).

Como se trata do primeiro estudo, não permite comparações com anos anteriores. A ideia é que a pesquisa seja feita a cada dez anos, depois dos Censos, para acompanhar a evolução dos arranjos populacionais e das concentrações urbanas de todo o País.

Após São Paulo, maiores concentrações urbanas estão no Rio, BH e Recife

Depois de São Paulo, as maiores concentrações urbanas do País são, pela ordem, Rio de Janeiro (21 municípios que somam 11,9 milhões de habitantes), Belo Horizonte (23 cidades com 4,7 milhões de habitantes) e Recife (15 municípios com 3,7 milhões de habitantes), aponta a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“É a primeira vez que o IBGE traz um quadro de municípios com forte relação entre si, desde pequenos arranjos populacionais, até grandes concentrações de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. O que esse estudo nos mostra é que não dá para pensar política de transporte ou de saúde, por exemplo, isoladamente”, diz a pesquisadora Mônica O’Neill.

Mônica lembra que o conhecimento da dinâmica dos municípios também influencia decisões de investimento da iniciativa privada para, por exemplo, abrir novos negócios.

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