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Em nota, entidade chama black blocs de "assassinos"

A Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio (Arfoc) divulgou nota sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade em que classifica os black blocs de "assassinos".

"Nós, jornalistas de imagem, exigimos que as autoridades de segurança do Estado do Rio de Janeiro instaurem, imediatamente, uma investigação criminal para apurar quem defende, financia e presta assessoria jurídica a esse grupo de criminosos, hoje assassinos, intitulados Black Blocs, que agridem e matam jornalista e praticam uma série de atos de vandalismo contra o patrimônio público e privado."

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Dilma determina ação da PF para apurar morte de cinegrafista

A presidente Dilma Rousseff determinou nesta segunda-feira (10) que a Polícia Federal participe das investigações no caso do cinegrafista Santiago Andrade, que teve morte cerebral declarada nesta manhã após ser atingido por um rojão no Rio de Janeiro.

"A morte cerebral do cinegrafista Santiago Andrade, anunciada hoje, revolta e entristece", disse Dilma em sua conta no Twitter.

"Não é admissível que os protestos democráticos sejam desvirtuados por quem não tem respeito por vidas humanas. A liberdade de manifestação é um princípio fundamental da democracia e jamais pode ser usada para matar, ferir, agredir e ameaçar vidas humanas, nem depredar patrimônio público ou privado", disse a presidente.

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A Secretaria Municipal de Saúde confirmou nesta segunda-feira (10) a morte cerebral do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos. A família de Andrade autorizou a doação dos órgãos. Ele foi ferido por um rojão durante manifestação no Rio de Janeiro na semana passada e estava internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar.

Santiago, que teve afundamento do crânio e perdeu parte da orelha esquerda, foi submetido a uma cirurgia para diminuir a pressão intracraniana assim que chegou ao hospital. No sábado (8), uma tomografia comprovou que a hemorragia havia sido controlada, mas o estado de saúde do cinegrafista piorou desde então.

O profissional foi atingido por um rojão enquanto filmava o protesto contra o aumento das passagens de ônibus no município do Rio, próximo à Central do Brasil, no centro da capital fluminense.

Perfil

Santiago deixa mulher, uma filha e três enteados. Ele tinha mais de 20 anos de profissão. A emissora de rádio BandNews FM chegou a fazer uma campanha de doação de sangue durante o final de semana no Hemorio.

Santi, como era conhecido pelos colegas de profissão, faria dez anos de emissora neste ano. Em julho, o cinegrafista participou do curso "Jornalismo em área de conflito", ministrado pelo CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), instituição do Exército.

Em seu depoimento de conclusão de curso, Santiago lembrou de outro colega cinegrafista da Bandeirantes, Gelson Domingos da Silva, morto em 2011 com um tiro de fuzil, durante confronto entre policiais e traficantes na favela de Antares, na zona oeste.

O cinegrafista participou da cobertura da Copa das Confederações e estava escalado para a Copa do Mundo.

Senadores cobram punição

Senadores usaram a tribuna na tarde desta segunda-feira, 10, para cobrar punição dos responsáveis pela morte do jornalista.

"Santiago Andrade, este é o nome da primeira vítima da brutalidade, da violência e da selvageria (...) que nem a sociedade, nem a democracia, que está no nosso País, aceitam, porque a democracia quer o contraditório, até, às vezes, o confronto, mas, nunca, no limite do sangue, nunca no limite da violência contra uma vítima", afirmou a senadora Ana Amélia (PP-RS), que também é jornalista. "Essa vítima não pode ficar impune", destacou.

O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) disse que a "violência desregrada" e a "falta de compostura" estão "contaminando a nossa sociedade". "Queria transferir à família enlutada os nossos sentimentos de pesar e ressaltar a mensagem que a viúva deixou a todos nós brasileiros, que realmente partiram de um momento de dor e de saudade. Que elas sejam registradas nos nossos corações e, sobretudo, na nossa consciência de brasileiros", afirmou o tucano.

O primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), defendeu uma maneira de se dar um "basta" nesse tipo de situação com o fortalecimento da liberdade de expressão" de quem quer protestar. Mas observou que é preciso fazer um "duro combate a esses mascarados" que "ameaçam a sociedade". O vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), cobrou "providências drásticas" contra quem participe de manifestações para agredir ou agir com violência. "Foi mais uma vítima, mais uma vítima da violência, mais uma vítima da insanidade, certamente daqueles que tumultuam para evitar que manifestações democráticas e pacíficas possam ter o apoio da sociedade", criticou.

Em nota, governador do Rio lamenta morte de cinegrafista

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), divulgou uma nota hoje em que lamenta a morte encefálica do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes.

O texto afirma que a liberdade de imprensa "é um bem que deve prevalecer como instrumento para o exercício do direito fundamental à informação".

"O direito de manifestação é fundamental para a democracia, mas a violência é inaceitável", diz o governador. A nota afirma ainda que o Estado se solidariza com a família de Andrade e buscará o autor do crime.

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