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Memória

Clube polonês corre risco de demolição

Estrutura do prédio está comprometida e comunidade aguarda possível tombamento como patrimônio histórico para conseguir recursos para restauração

Erguido em 1934, edifício está tomado por cupins e pode ser demolido para dar lugar a um memorial | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Erguido em 1934, edifício está tomado por cupins e pode ser demolido para dar lugar a um memorial (Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo)

O clube polonês de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, construído em 1934, corre o risco de ser demolido. Membros da Sociedade Polonesa Renascença, proprietária do imóvel, se reuniram nesta semana para discutir o futuro do prédio, que está comprometido pela ação do tempo. A reforma custaria em torno de R$ 400 mil e, como o prédio não é tombado como patrimônio histórico, não há fontes de captação de recursos para essa finalidade.

O presidente da Sociedade Polonesa Renascença, Gary Dvorecky, adianta que uma nova reunião será realizada assim que tiver em mãos uma planilha de custos para a reforma ou a demolição do prédio para a construção de um memorial da imigração polonesa em Ponta Grossa. "Não está nada definido por enquanto, mas o prédio está tomado por cupins e precisamos tomar uma decisão", diz. Dvorecky também é servidor municipal e membro da Coordenadoria da Defesa Civil. "Não fizemos um laudo oficial, mas há risco de desabamento do prédio", considera.

Dvorecky aponta ainda que o imóvel está há mais de dois anos na lista de imóveis inventariados pelo Departamento de Patrimônio Cultural da prefeitura e que o prazo para a finalização do processo de tombamento já teria vencido. "Teria que recomeçar o processo e demoraria ainda mais", comenta. A diretora do Departamento de Patrimônio Cultural, Vanessa Vergani, no entanto, diz que o processo ainda tramita e que não há prazo de validade para as ações que constam da relação dos imóveis do inventário.

No próximo dia 6, lembra Vanessa, ocorrerá a primeira reunião anual do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural e o processo do clube polonês terá prioridade. "Se ele for tombado, poderá se valer dos incentivos das leis culturais para obter recursos", diz Vanessa. Ponta Grossa, com 188 anos, tem 44 imóveis tombados e 51 no inventário.

A professora especialista em educação patrimonial Maria Lúcia Rogenski, descendente de poloneses, acrescenta que o clube é um dos símbolos da imigração polonesa em Ponta Grossa, que também tem como referência a Igreja dos Polacos e o Taquari dos Polacos, bairro constituído originalmente por imigrantes. "O clube foi importante para a história de Ponta Grossa. Os descendentes de poloneses se reuniam no clube e participavam de corais. Era um ponto de encontro da sociedade", aponta.

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