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Apreensão no porto

Cocaína era “invisível” a raio X

Para a PF, traficantes já tinham experiência com este tipo de operação

Droga sendo levada para incineração em Rio Branco do Sul: segunda maior apreensão feirta no país. | Hédeson Alves/Gazeta do Povo
Droga sendo levada para incineração em Rio Branco do Sul: segunda maior apreensão feirta no país. (Foto: Hédeson Alves/Gazeta do Povo)
Símbolo de time da Costa Rica- A Colômbia é, até o momento, a origem mais provável da cocaína apreendida em Paranaguá pela Polícia Federal. A embalagem da droga, porém, tem um toque costa-riquenho. As fotografias tiradas durante a apreensão e durante a apresentaçção da droga em Curitiba mostram que as embalagens de vários dos tabletes de um quilo de cocaína têm imagens do Liga Deportiva Alajuelense, time de futebol da cidade de Alajuela, na Costa Rica. |

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Símbolo de time da Costa Rica- A Colômbia é, até o momento, a origem mais provável da cocaína apreendida em Paranaguá pela Polícia Federal. A embalagem da droga, porém, tem um toque costa-riquenho. As fotografias tiradas durante a apreensão e durante a apresentaçção da droga em Curitiba mostram que as embalagens de vários dos tabletes de um quilo de cocaína têm imagens do Liga Deportiva Alajuelense, time de futebol da cidade de Alajuela, na Costa Rica.

As 3,8 toneladas de cocaína que foram apreendidas nesta quinta-feira em Paranaguá passaram pelo sistema de fiscalização da Receita Federal e das autoridades portuárias sem serem flagradas pelo aparelho de raio X. "Tínhamos a informação de qual carga seria e passamos pelo sistema. A resposta era sempre um falso negativo (indicação negativa de que haveria outro produto escondido sob a carga declarada)", diz o delegado da Polícia Federal Wágner Mesquita de Oliveira. "Como tínhamos a certeza que ali havia cocaína, abrimos os contêineres e confirmamos a existência da droga."

A apreensão no Terminal de Contêineres é considerada a segunda maior já feita em território brasileiro e foi realizada graças à cooperação da Interpol e do Departamento Antidrogas dos Estados Unidos que, na quinta-feira passada, interceptaram 1,2 tonelada de cocaína no porto de Constanta, na Romênia.

De acordo com Oliveira, o fato de a carga passar ilesa pelo sistema de raio-x é um indício da experiência dos traficantes. " O modo como a cocaína foi prensada, embalada e colocada dentro da madeira (tacos de cedro) deixava a droga com uma densidade muito parecida com a madeira. Mostra que eles sabiam o que estavam fazendo", afirma o delegado.

Segundo a Polícia Federal, nos próximos meses, os portos de Santos, Sauípe e Recife devem receber equipamentos mais modernos e com maior capacidade de detectar cargas escondidas. "Acreditamos que, pela importância, Paranaguá irá receber esses aparelhos também. Precisamos muito da ajuda da tecnologia no combate ao crime", afirma o coordenador de Repressão a Entorpecentes da PF, Paulo de Tarso.

Embora não divulgue o nome da empresa de importação e exportação responsável pela carga e evite associá-la diretamente aos traficantes, a PF já sabe que, em pelo menos oito oportunidades nos últimos dois anos, a empresa, com sede em São Paulo, enviou cargas idênticas à declarada na nota fiscal. Também já se sabe que a cocaína não chegou a Paranaguá em um único carregamento.

"Vamos investigar os indícios que temos e não vamos nos ater apenas na apreensão. Queremos estabalecer as responsabilidades criminais dos envolvidos. A investigação irá nos mostrar se houve participação da empresa, do agente aduaneiro ou de funcionários do terminal de contêineres", afirmou Oliveira. Até o momento ninguém foi preso pelo envolvimento com a cocaína.

A droga avaliada em 80 milhão de euros pela PF estava em estado puro e para consumo receberia a adição de ingredientes como lidocaína e até cafeína, podendo render até seis vezes mais, chegando a 26 toneladas prontas para uso. Os contêineres seriam levados até a Romênia, de onde, segundo a PF, a cocaína seria redistribuída pela Europa.

Na manhã de ontem, a cocaína foi tranportada de Paranaguá até Curitiba. De tarde, com a autorização da juíza Gabriela Hardt, da Vara de Justiça Federal de Paranaguá, a droga foi incinerada em uma empresa de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba.

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