Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Religião

Colônia muçulmana na fronteira inicia jejum de 30 dias do Ramadã

Foz do Iguaçu – Por volta das 4h40 de ontem, muçulmanos de Foz do Iguaçu despertaram para mais uma jornada de recolhimento, reconciliação e perdão com o início do jejum do Ramadã, prática milenar do islamismo no qual os religiosos ficam sem comer, beber e manter relações entre a alvorada e o pôr-do-sol, por um período aproximado de 30 dias. Este ano, o jejum coincidiu com o início do Ano Novo Judaico (Rosh Hashaná).

Em Foz, onde está a maior colônia árabe do Brasil depois de São Paulo, com cerca de 12 mil imigrantes e descendentes, os muçulmanos reúnem-se para orar nas duas mesquitas da cidade. Na Mesquita Omar Ibn Khatab, a maior delas, estão sendo realizadas cinco orações ao dia.

Segundo o sheik Taleb Jomha, entre 300 e 500 pessoas devem freqüentar a mesquita todos os dias para orar durante o Ramadã. O sheik encara com naturalidade o fato de este ano o jejum muçulmano coincidir com o início do Ano Novo Judeu. Segundo ele, a divergência entre os dois povos é política e não religiosa. "Cada pessoa é livre para praticar seus rituais religiosos", diz.

Os muçulmanos quebram o jejum em Foz por volta das 18h40, horário em que o sol começa a se pôr, geralmente com tâmara, água ou coalhada misturada ao sal. Nesta época, o comércio de doces, frutas e alimentos árabes fica bastante movimentado na fronteira.

Um dos praticantes do jejum é o comerciante Bayan Abdul Bahi, 35 anos. Ele conta que começou a seguir o Ramadã aos 5 anos, mas como era criança, o jejum era feito apenas um dia ao mês. "Hoje em dia eu penso que o ano inteiro poderia ter Ramadã. É um período muito bom", diz.

A previsão de término do jejum é no dia 2 de novembro, data que coincide com o feriado de Finados. Na ocasião será comemorado o Id-Al-Fitr, que significa o banquete de término do jejum. Nesta data, os muçulmanos reúnem-se na mesquita para um banquete e distribuem alimentos à população carente.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.