Acho que todos nós já ouvimos ou já fizemos esta afirmação: "Na teoria é uma coisa, mas na prática é outra". O assunto desta coluna talvez comprove como essa afirmação pode acertar em cheio.
Vamos ao prometido no título: quando usamos o pronome "esse" e quando usamos o "este"? Antes, duas observações: a) o mesmo vale para as variações dos dois pronomes, por exemplo, neste, nesta, nisso, desta etc.; b) vou me ater apenas a casos em que os pronomes fazem referência ao que escrevemos em um texto.
Comecemos pelo uso do "esse". Quando usado para se referir a algum termo da frase, a regra é esta: usamos o "esse" para retomar o que já foi dito. Segui "essa" regra ao escrever "O assunto desta coluna talvez comprove como essa afirmação pode acertar em cheio". Notem que "essa afirmação" retoma "Na teoria é uma coisa, mas na prática é outra". Agora um exemplo mais didático: "O professor sempre fuma duas carteiras de cigarro por dia. Ele não consegue abandonar esse vício". Vejam lá: "esse vício" retoma o hábito do professor de inalar nicotina.
O uso do "este" seria o contrário, ou seja, serve para se referir àquilo que ainda não escrevemos. Foi o que eu fiz na primeira frase desta coluna: "Acho que todos já ouvimos ou já fizemos esta afirmação". Qual afirmação? A que vem logo em seguida: "Na teoria é uma coisa, mas na prática é outra". Também usei a regra quando escrevi "... a regra é esta: usamos o esse para...".
Como se nota, trata-se de duas regras bem claras, simples mesmo. Mas... Mas na vida real dos textos escritos elas nem sempre são respeitadas. Existe uma tendência de se usar o "este" quando queremos enfatizar o que dissemos. Nos demais casos vamos com o "esse" de longe o nosso pronome preferido. Tudo "isso" sem pôr em risco a beleza de um bom texto.
