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Existe consenso sobre a necessidade de que os estudantes dominem os registros cultos da língua portuguesa. Jamais ouvi ou li alguma coisa que tenha dito o contrário. E confesso que li muito sobre o assunto nos últimos anos. O que encontramos são divergências pontuais sobre a forma de se a essa meta, mas nunca sua negação. Tam­­bém não parece haver divergências de que a instituição legítima e preparada para essa tarefa é a escola – o que obviamente implica pensarmos nos professores de Língua Portuguesa; não apenas neles, pois se trata de uma empreitada para a qual convergem outras áreas. Mas vamos reconhecer que, por razões óbvias, o papel central cabe aos professores de Português.

Isso nos leva a questionar se, de fato, esses profissionais estão preparados para um trabalho tão importante. Eu conheço, bem, uns dez professores de Português. Até onde meu testemunho é válido, posso dizer que a maioria deles está preparada: são pessoas que leem muito, sempre procuram se atualizar, escrevem com regularidade, sabem corrigir textos e, claro, sabem dar aula. São ótimos exemplos a seus alunos. Porque, sejamos honestos, é um enorme contrassenso um professor de Português pedir aos alunos que leiam, mas sem que ele tenha a leitura como uma de suas atividades principais. É um absurdo um professor pedir uma redação, mas não saber corrigir, não conseguir dar um retorno a seu aluno. Não saber escrever um texto com o mínimo de inteligibilidade. Em sala de aula vale a máxima: "Faça o que eu digo e faça o que faço".

É o contrário do seguinte contraexemplo: conheço uma professora que se gaba de ter lido apenas dois livros de literatura em toda a vida. Ela ficou em sala de aula durante 15 anos. Hoje é diretora. Gente de primeira. E um estelionato docente.

Que seja a exceção.

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