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Sociedade Garibaldi, na praça do mesmo nome, em foto recente mostrando a sua recuperação |
Sociedade Garibaldi, na praça do mesmo nome, em foto recente mostrando a sua recuperação| Foto:
  • Fotografia de 1885 dos engenheiros que participaram na construção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá. Boa quantidade deles era de italianos
  • O Passeio Público de Curitiba, em 1887. Ao fundo, os altos da Glória e do Cajuru. Foi engenheiro da obra o italiano Giovanni Lazzarini, e seu primeiro administrador foi Francisco Facce Fontana, ítalo-uruguaio
  • Obra do escultor João Turin, filho de imigrante que se instalou em Porto de Cima com a colonização italiana, que depois se mudou para Curitiba
  • O consulado italiano em Curitiba foi comandado por longos anos por Gino Zanchetta – que também era proprietário do Grande Hotel, na esquina da Rua XV com Barão do R. Branco. Foto de 1912
  • Santa Felicidade, a colônia italiana do Paraná mais conhecida no Brasil e exterior por ser o maior centro gastronômico do Sul do país. Foto de 1930

No livro A Memória Vegetal, do italiano Umberto Eco, o autor analisa o conhecimento da humanidade desde o surgimento da escrita e, posteriormente, a imprensa como responsável pela herança por esta dádiva científica através das gerações. A obra é o repositório de todo o conhecimento do ser humano, desde que surgiu. Gravada em pedra, em pergaminhos, em papiros e no papel.

Aqui, na Gazeta do Povo, se dá especial valor pela nossa história, razão pela qual esta página memorialista está no limiar de seus vinte e dois anos de publicação ininterrupta, todos os domingos. Como responsável pela sua edição, fico satisfeito quando vem à luz qualquer publicação séria sobre a história local.

Na semana que passou, fui surpreendido por uma cortesia que, para mim, é suprema: recebi uma editoração histórica, em três volumes e com um total de 1.163 páginas. Cada volume com o tamanho de 22 x 28 centímetros. Uma obra de dimensões, peso e qualidade, com um valor imen­­­so para a memória de Curitiba e, principalmente, para os descendentes dos imigrantes italianos, oriundi como eu sou em segunda geração.

A grande surpresa, entretanto, não ficou no presente recebido. Meu deslumbramento foi a euforia ao ver que o autor é meu amigo desde os tempos da juventude no Colégio Belmiro César, na década de 1940. Amizade respeitosa e recíproca que conservamos, eu e meu amigo Wlade, diminutivo usado pelos que têm a honra de dividir as horas, boas e más, com a grande figura humana que tem o nome de Wladimir Olympio Trombini.

Durante 14 anos, de 1991 até 2005, foi presidente da Sociedade Garibaldi, que fica no Setor Histórico de Curitiba. Lembro do início, angariando novos sócios, procurando os antigos ainda vivos. Queria me ver no quadro social da Garibaldi, fingi que aceitei, sem usar a frase feita de Grou­­­cho Marx. O Wlade levantou a so­­­­ciedade, recuperou o prédio mais que centenário, devolveu, enfim, o antigo valor ao símbolo e orgulho dos imigrantes da bota italiana que escolheram Curitiba para ser e ter seus filhos brasileiros.

Societá Giuseppe Garibaldi, em homenagem ao herói de dois mundos, é o título que encima a capa da obra. Da Guerra dos Farrapos no Bra­­­­sil e a luta pela Unificação da Itália, sua terra natal, tendo como companheira a brasileira, de Santa Catarina, Anita Garibaldi. Como subtítulo está: "Lutas e Conquistas". Acompanhou os três volumes outro, encadernado com capa dura, que mostra fatos e documentos desde que o prédio da sociedade foi expropriado pelo governo do estado no tempo da guerra até meados de 1960, quando foi devolvido aos legítimos donos.

Wladimir Olympio Trombini, é com satisfação que faço as referências acima sobre a tua magnífica obra – quer como presidente da Garibaldi, quer como editor da sua história. Meu ilustre Wlade, um grande abraço do amigo, conterrâneo e paesano por afinidade histórica.

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