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A velha Baixada, quando ainda pertencia ao Internacional F.C., em 1915. Época em que nem por sonho se imaginava em jogos da Copa do Mundo | Acervo Cid Destefani
A velha Baixada, quando ainda pertencia ao Internacional F.C., em 1915. Época em que nem por sonho se imaginava em jogos da Copa do Mundo| Foto: Acervo Cid Destefani
  • Os bondes elétricos que circularam em Curitiba, durante 40 anos, recolhendo passageiros no ponto da Praça Zacarias, em 1947
  • O infelizmente desaparecido Museu Paranaense, que ficava no que foi o Morro da Bela Vista, na Rua Buenos Aires. No local, está para sair mais um prédio. Foto de 1954
  • O Passeio Público com o povão ao redor do seu animado lago em um domingo, no ano de 1947

A imaginação das pessoas não tem limites. Há gente que voa como o Super-Homem, e a fantasia leva outros para Hollywood como artistas de sucesso. Há os que sonham durante o sono, outros sonham acordados; tem muitos que vivem no mundo da Lua. Existem os que acreditam em ficarem milionários jogando na Mega, ou então apostando na pata dos cavalinhos e, até mesmo, acreditando nos pés dos boleiros dos seus times de preferência.

As fantasias e os sonhos são propriedade de cada um – como procurar um tesouro recheado de pedras preciosas e moedas de ouro; casar com uma milionária desprendida ou então com um príncipe encantado, que ainda não virou sapo. O sonho e a imaginação estão inseridos no ar, todos têm direitos a eles.

Esta página de nostalgias leva muita gente a pensar como era bom viver nos tempos idos. Muitos jovens pensam assim: os mais velhos têm saudades dos bons tempos de antigamente. O que não é bem a verdade – o que sentem é o pesar de terem deixado sua juventude nos tempos que não voltam mais, a não ser nos devaneios das suas memórias.

A cidade de cada um também possui aqueles cantinhos, aquelas ruas e casas, quintais e jardins que já se foram; mas que, a todo o momento, há alguém tentando reviver o que já foi, o que já era. Curitiba não fica fora desse contexto. Volta e meia, tem alguém falando em fazer funcionar algum velho bonde, nem que seja por poucos metros, em alguma rua que ainda tem vestígios do passado. Essa ânsia de retornar ressurge de tempos em tempos. No imaginário, esse fetiche de tais retornos é admissível.

Em Curitiba, existe um grupo de pessoas que querem, por exemplo, o retorno dos tempos áureos do Passeio Público. Uma iniciativa louvável de cidadania, retornar aos tempos de ouro do mais antigo parque da cidade. Na atualidade, entretanto, a população procura outros ambientes, mais novos, que ainda não estão poluídos pela prostituição e pelas diambas. Para esse retorno ao Passeio, estão promovendo regatas de pedalinhos e até uma vinada, quando os frequentadores poderão degustar sandubas de Vina Wurst – também conhecidos como cachorros-quentes.

Querer é bem diferente de poder. Quem não lembra quando a Rua XV de Novembro foi fechada para uso exclusivo de pedestres? As lojas mais tradicionais daquele ambiente desapareceram, em que pese a tentativa de reativá-las. Hoje, a rua está mais para o comércio de "um e noventa e nove". E o footing da juventude então? A rapaziada passou a frequentar a Avenida do Batel, aos domingos, congestionando o trânsito. Isso também acabou, foi um modismo temporário.

Assim como o Batel substituiu a Rua XV por uma boa temporada, a população preferiu frequentar o Parque Barigui ao Passeio Público, pois naquele ambiente o policiamento é constante e está livre da presença de marafonas e de drogados. Todavia, estamos na torcida de que o centenário Passeio se recupere com a antiga frequência das famílias e demais pessoas de bons costumes.

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