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O Theatro Guayra da Rua Dr. Murici. Foi ponto de grandes espetáculos desde 1886 até o final da década de 1930. No começo, as diversões ficavam pelas companhias espanholas de zarzuelas | Acervo Cid Destefani
O Theatro Guayra da Rua Dr. Murici. Foi ponto de grandes espetáculos desde 1886 até o final da década de 1930. No começo, as diversões ficavam pelas companhias espanholas de zarzuelas| Foto: Acervo Cid Destefani
  • Em 1935, o circo alemão Sarazani, o maior do mundo, tomou conta doCampo da Cruz, atual Praça Ouvidor Pardinho. Seu plantel de animais era fenomenal.
  • Na década de 1940, Curitiba ficou sem um teatro específico. Surgiu o Pavilhão Carlos Gomes, que cobriu, em parte, tal lacuna. Ficava na esquina da Rua Marechal Floriano com a Pedro Ivo
  • Os espetáculos do Pavilhão Carlos Gomes eram prestigiados, como na foto de 1949, com a orquestra regida pelo maestro Bento Mossurunga
  • Palcos de cines-teatro, como o Avenida, serviam para apresentações de diversas modalidades artísticas nas décadas de 1940-50

O deslumbramento com a cidade não pertence somente aos visitantes, os curitibanos também ficam arrebatados pelas novidades que surgem a cada esquina dobrada. O que o forasteiro enxerga na personalidade dos naturais da nossa capital fica apenas na casca, no verniz, que muitos chamam pejorativamente de bolor, que encobre o espírito refratário do curitibano quanto a salamaleques e outros rapapés com desconhecidos e até com próprios conterrâneos.

Os deslumbramentos chegam ao ponto de que certas coisas que ocorrem por aqui ficam na base da admiração, por ter justamente acontecido em Curitiba e não em outros centros. Um dos exemplos marcantes desse tipo de avaliação ficou por conta de um comentador de uma emissora de televisão carioca. Quando aqui se apresentou o tenor espanhol José Carreras, que foi um sucesso espetacular, o aludido comentarista ficou admirado de que Carreras, com a sua importância internacional, se apresentasse unicamente em Curitiba e que tal fato estaria colocando a nossa capital em nível intelectual elevado.

Há pessoas que perdem as oportunidades de ficarem quietas. O tal comentarista de forós, na sua fatuidade, achou que com tal anotação estaria promovendo uma vila ignara em cidade culta. Carreras foi mais um intérprete do bel canto que se apresentou em Curitiba. Pelos palcos que aqui existiram, tivemos a presença de tenores como Beniamino Gigli, Tito Schipa, Carlo Buti e Jan Kiepura, entre outros. A maioria se apresentando em palcos de cinemas, como o Avenida e o Palácio.

Agora mesmo estiveram se apresentando em Curitiba os Meninos Cantores de Viena, cuja divulgação anotava como sendo a primeira vez que se apresentavam na cidade. Já haviam se apresentado no palco do Colégio Santa Maria em 1950. Digamos que tal engano fica por causa do desconhecimento das memórias da cidade. Outra curiosidade deu-se com a inauguração de uma megaloja, fornecendo o número do seu telefone em Curitiba com o prefixo de São Paulo. São fatos assim que viram piadas e causam transtornos. Fica a sugestão: se publique um manual de orientação para principiantes na convivência curitibana. Seria muito útil não só para ádvenas como para o pessoal contemplativo da terrinha.

Para ilustrar a Nostalgia deste domingo, estamos usando fotografias que mostram antigas casas de espetáculos, que divertiam e trazia cultura – como teatros, operetas, zarzuelas, balés e filmes – aos curitibanos dos ditos bons e velhos tempos.

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