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Préstito desfilando ao som da banda militar pela antiga Estrada do Portão, hoje Avenida República Argentina, a fim de participarem da inauguração da Sociedade Internacional da Água Verde no dia 1.º de janeiro de 1905. Ao fundo, o espaço da atual Praça do Japão | Acervo Cid Destefani
Préstito desfilando ao som da banda militar pela antiga Estrada do Portão, hoje Avenida República Argentina, a fim de participarem da inauguração da Sociedade Internacional da Água Verde no dia 1.º de janeiro de 1905. Ao fundo, o espaço da atual Praça do Japão| Foto: Acervo Cid Destefani
  • A chácara de Nhá Laura Borges, cujo espaço é ocupado na atualidade pelo Colégio Estadual do Paraná. A foto é de 1900
  • O Passeio Público em 1887, um ano após a sua inauguração pelo presidente Taunay.
  • Placa comemorativa da inauguração da Rua Brasílio Itiberê, homenagem ao ilustre músico erudito e diplomata parnanguara, falecido em Berlim em 11 de agosto de 1913. (Ilustres historiadores, olhem o centenário aí!)
  • Uma ponte de madeira, elevada sobre um braço do lago do Passeio Público, era atração aos frequentadores em 1910
  • Uma das últimas fotos do carvalho do Passeio Público, na década de 1980. Foi plantado por Taunay em maio de 1886

O leitor que nos acompanha aqui nesta página da Nostalgia – e isso já está beirando um quarto de século – sempre se delicia com as fotos antigas sempre à cata de detalhes nas imagens perdidas no tempo. Hoje brindamos os nossos fiéis seguidores com meia dúzia de fotografias ligadas a nossa história, sendo duas delas, embora mais recentes, se reportam a fatos ocorridos há cem anos, ou mais.

Estou acostumado com a busca que pessoas interessadas fazem do passado, as quais não são poucas, e nos procuram para colaborar, desde trabalhos para alunos de escolas primárias até as faculdades de História, Engenharia e Arquitetura, assim como imagens para ilustrar obras literárias, palestras e vídeos. Fotos antigas para servir de comparativos com alguma construção moderna que se ergue em determinado espaço, atualmente descaracterizado.

Muitas vezes monumentos desaparecem, ou são menosprezados pelos nossos órgãos ligados à cultura da memória histórica. Temos exemplos os mais diversos, um deles conseguimos reverter através de matéria publicada na Gazeta do Povo na década de 1970, com a ajuda do historiador Túlio Vargas, já falecido, que foi o retorno do monumento original de Zacarias de Góes e Vasconcellos, para a praça do mesmo nome.

O chafariz da Praça Zacarias, a primeira água encanada de Curitiba, construído pelo engenheiro Antonio Rebouças e inaugurado em 1871, passou o seu centenário sem comemoração alguma e hoje, vandalizado, serve de peça decorativa do repuxo daquela praça. Uma peça de valor histórico, usada como mero artefato decorativo.

A Casa Paranista, elaborada com decoração de fachada projetada pelo escultor João Turin tendo como motivo o pinheiro-do-paraná, a única existente na cidade e que ficava na Rua José Loureiro, foi indicada para preservação. Em uma semana estava demolida.

Assim é que os símbolos são destruídos, roubados ou vandalizados. Existiam no Passeio Público dois carvalhos plantados na inauguração daquele parque em maio de 1886. Obviamente que como elementos vivos feneceriam um dia; entretanto, o primeiro, plantado pelo administrador Francisco Face Fontana, foi cortado para dar lugar a uma ampliação do bar. O segundo, plantado pelo então presidente da província, Alfredo Escragnole Taunay, pereceu graças aos maus-tratos sofridos durante anos pela própria administração do Passeio.

Várias ruas importantes de Curitiba possuíam artísticas placas de bronze aludindo às homenagens prestadas. Entre elas, estavam as das ruas Engenheiros Rebouças, República Argentina e Brasílio Itiberê. Tais placas, que foram obras do artista e gravador José Peon, hoje somente podem ser lembradas através de fotografias, que também escaparam da destruição. Assim caminha a nossa memória urbana, aniquilada pelo descaso ou derretida em fornalhas.

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