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Aspecto do engenho de erva-mate da firma B.R. de Azevedo, na Avenida do Batel, onde hoje está sendo construída a Igreja Batista | Arquivo CD
Aspecto do engenho de erva-mate da firma B.R. de Azevedo, na Avenida do Batel, onde hoje está sendo construída a Igreja Batista| Foto: Arquivo CD
  • Foto do Engenho do Banco, feita em 1960. Na esquina a casa do escritório da ervateira, espaço que está sendo demolido
  • Casa que pertenceu ao senador Accioly Filho, talvez a construção mais antiga ainda existente no Batel
  • Como estamos abordando coisas que desaparecem no Batel, apresentamos a foto da Sociedade Operária Beneficente do Batel, também em fase de demolição
  • Foto aérea, feita em dezembro de 2003, do local onde está instalada a Primeira Igreja Batista de Curitiba

O companheiro da redação aqui na Gazeta do Povo, jornalista José Carlos Fernandes, é um exímio desencavador de assuntos e, quando nos encontramos sempre estamos trocando figurinhas. Agora mesmo desejava saber se uma construção específica na Avenida do Batel, atualmente de propriedade da entidade religiosa, Primeira Igreja Batista de Curitiba, havia sediado o extinto jornal O Dia. Meio sem querer, o Zé Carlos me deu o mote para a página da Nostalgia de hoje.

Falou em Batel já fico atiçado; afinal, nasci e moro na região há setenta e seis anos e, não por acaso, morei na casa dos meus pais na Avenida do Batel, desde 1940 até me casar. A residência, já demolida, ficava exatamente em frente do Engenho Iguassú, beneficiador de erva-mate, onde hoje se encontra em construção a Igreja Batista. A aludida indústria de mate pertencia ao uruguaio Boaventura R. de Azevedo, que tinha como sócio Edgard Linhares.

A propriedade, desativada, foi vendida para as Indústrias Matarazzo no final da década de 1960, com a finalidade de ali se construir, talvez, o primeiro shopping de Curitiba, o que não veio acontecer motivado por uma manobra engendrada por outros interesses comerciais e políticos locais. Impedida de construir o tal shopping no Batel a indústria paulista vendeu o terreno para a atual proprietária, a Igreja Batista, que ali levanta um megatemplo.

A casa situada na esquina da Avenida do Batel com a Rua Bento Viana, que está sendo demolida, era o escritório da aludida ervateira que também era conhecida na região como: Engenho do Banco. Esse nome popular adveio porque em seus primórdios aquela indústria possuía uma bancada de madeira na sua fachada onde eram colocadas as barricas de erva-mate para exportação e que ali eram carregadas em bondes de mulas, que faziam o transporte das barricas até a Estação da Estrada de Ferro.

O jornal O Dia realmente funcionou em propriedade ao lado do engenho de mate, onde já havia sido instalada uma fábrica de madeira compensada, durante a Segunda Guerra, por um médico que atuava em Curitiba. A propriedade foi comprada pelo grupo de Moisés Lupion, dono do jornal. Isso aconteceu no início da década de 1960. No aludido jornal, naquela época, trabalhava um dos maiores artistas gráficos que conhecemos: o Marcel Leite, que inclusive sofreu um ataque cardíaco na redação, vindo a falecer.

Vizinha a minha casa estava a que era de propriedade da mãe do senador Accioly Filho e que talvez seja a mais antiga, ainda de pé, na Avenida do Batel. Vamos à apresentação das fotografias, hoje em cores, aproveitando para agradecer ao fotografo especializado em imagens aéreas Leopoldo Prendin Neto, pela cessão da foto aérea do Batel.

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