• Carregando...
Rua XV esquina com Marechal Floriano. O povo passeia a pé entre um bonde e meia dúzia de automóveis. Ano de 1928 |
Rua XV esquina com Marechal Floriano. O povo passeia a pé entre um bonde e meia dúzia de automóveis. Ano de 1928| Foto:
  • O bonde elétrico transita pela Rua Barão do R. Branco em obras, em 1926
  • Carroças das colônias de Santa Felicidade vagarosamente se dirigem para o centro da cidade em manhã de cerração, 1959
  • Avenida João Gualberto em 1915. Uma bicicleta, um bonde e o primeiro automóvel da prefeitura
  • Carros de Praça na Tiradentes, em 1924
  • O automóvel é símbolo de status no meio do povo em festa no Passeio Público, 1925
  • O bonde de mulas, em seu final, passa pelas obras de instalação do bonde elétrico na Rua Barão do Rio Branco, 1912

Há mais de meio século que trabalho no jornalismo, além de ter sido policial do Exército no Rio de Janeiro por mais de um ano. Tanto na profissão em que atuo até hoje como na própria PE, testemunhei cenas arrepiantes nas quais a morte se fez presente. Crimes, acidentes de trânsito e com armas, além de suicídios das mais variadas condições. Todos esses contatos me deixaram calejado diante do imponderável: a morte.

Na sexta-feira que passou, ao apanhar a Gazeta do Povo, as duas fotografias da primeira página me impressionaram realmente. Os dois automóveis acidentados no Mossunguê totalmente destruídos – um deles de tal forma estraçalhado que supera qualquer outro já visto em imagens feitas dos usados para atentados à bomba lá no Iraque. Entretanto, o que mais abala é saber que as vítimas eram jovens florescendo para a vida e que a tiveram ceifada de maneira bestial.

Atualmente, na frieza como são tratadas tais ocorrências, tal fato será mais um que ficará sendo contado apenas como estatística nos acidentes de trânsito, e da memória popular logo estará apagado – ainda em que pese à cruenta violência do acontecimento, já que uma das vítimas foi decapitada na colisão.

Aqui por essas bandas brasileiras, as coisas são feitas para inglês ver. Por qualquer acontecimento, o nosso solerte Congresso cria leis e mais leis que jamais são obedecidas, cumpridas e fiscalizadas. Veja a fiscalização no trânsito com o bafômetro, quantos já foram punidos? E os tais radares instalados nas ruas, para que servem? Não botam medo em nem um motorista, já que a própria prefeitura se preocupa em avisar onde estão instalados. O comentário geral é que tais avisos não passam de demagogia eleitoreira. Assim mesmo, o controle do trânsito, o fornecimento de carteiras e outros documentos para o uso dos veículos, assim como as multas, continuam sendo a galinha dos ovos de ouro que enchem as burras dos órgãos controladores do tráfego.

Uma coisa puxa outra. A prefeitura vem de informar que os talões do EstaR não serão mais vendidos pelos agentes controladores do estacionamento pago, mas sim por estabelecimentos que desejem vendê-los. Uma perguntinha: como é que fica agora para o venturoso proprietário de um automóvel acertar a hora que excedeu, não vai poder mais comprar um bloquinho? Ou será essa a maneira que acharam para poder voltar ao que era antes?

Como a obrigação que tenho nesta página é de comentar episódios do passado, não posso deixar, entretanto, de me impressionar com tal acontecimento. Acidentes sempre acontecem e não vão deixar de existir, pois, afinal de contas, nós viventes estamos sujeitos a tudo na face deste mundo. Para amenizar um pouco a má notícia, apresentamos imagens antigas, de quando em Curitiba ainda não se imaginava que um dia se teria um pandemônio no trânsito como o da atualidade.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]