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Guaratuba como é vista na aquarela de Debret |
Guaratuba como é vista na aquarela de Debret| Foto:
  • Guaratuba em fotografia feita em 1906
  • Foto de 1960. Parte que afundou na baía de Guaratuba em 1968
  • Os pilares vistos na aquarela de 1827
  • Os mesmos pilares na foto de 1906
  • Imagem do porto de Guaratuba com vapor ancorado em 1915

Nada como uma sequência de feriados para curtir uns dias à beira-mar. Neste domingo de Páscoa resolvi dar uma chegadinha a Guaratuba usando esta máquina do tempo especial que é a Nostalgia. A primeira parada é no ano de 1820 quando o botânico e sábio francês Auguste de Saint-Hilaire viajou pelo nosso litoral com destino a Santa Catarina e permaneceu dois dias em Guaratuba, quando ele comenta: ...não há dúvida que esse prazo era mais que suficiente para conhecer essa insignificante cidade, ainda que eu dedicasse a maior parte do tempo à história natural.

O interessante são as observações feitas pelo ilustre visitante em apenas dois dias em que esteve frequentando a cidade e seus arredores. Segundo suas anotações, um grande número de rios e riachos deságuam na baía de Guaratuba, sendo os mais importantes os rios São João, Cubatão Grande e Cubatão Pequeno. Esteve nas ilhas do Rato, da Pescaria e dos Papagaios, onde tais aves eram muito comuns; observou ainda a ilha dos Guarás, nome de um pássaro de penas rubras, que constitui um dos mais belos ornamentos dessa região do Brasil. Realmente o nome de Guaratuba se deve à grande quantidade dessas aves que ali existiam e, com o tempo, foram exterminadas em caçadas criminosas.

Sete anos depois de o naturalista ter por ali transitado, outro francês aportou em Guaratuba, Jean Baptist Debret. Artista encarregado pelo Império de retratar aspectos de cidades, vilas e lugarejos do sul do Brasil em aquarelas. Executou tais obras sendo que na maioria das vezes alterava o ambiente a seu bel-prazer. Infelizmente a vila de Guaratuba foi uma dessas suas vitimas. A topografia completamente alterada, a colocação de edifícios que não existiam, inclusive um com três andares, uma segunda igreja em cima de um morro e mais um tanto de coisas inacreditáveis. O leitor pode comparar nas ilustrações, a pintura de Debret feita em 1827 e a fotografia da vila executada em 1906: as únicas peças que identificam o local são os quatro pilares que aparecem na aquarela e também na fotografia.

Alguém inventou que uma imagem vale mais do que mil palavras; conversa mole, uma fotografia sem legenda pode ser bonita mas não localiza; uma gravura é discutível, como no caso ficam sendo as feitas por Debret, que pelo jeito gostava de enfeitar o rabo do pavão.

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