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A Rua XV de Novembro em 1927, na esquina com a Marechal Floriano. A principal artéria de Curitiba sempre foi a passarela da elegância curitibana. Crianças dos grupos escolares em desfile, uniformizados com seus alvos aventais, apreciadas pelo público bem trajado |
A Rua XV de Novembro em 1927, na esquina com a Marechal Floriano. A principal artéria de Curitiba sempre foi a passarela da elegância curitibana. Crianças dos grupos escolares em desfile, uniformizados com seus alvos aventais, apreciadas pelo público bem trajado| Foto:
  • Procissão religiosa no bairro das Mercês, em 1933: os fiéis acompanham o cortejo vestindo os seus mais apurados trajes
  • Dia de Finados, em 1937. Uma verdadeira quermesse na frente do Cemitério da Água Verde, com direito ao pessoal bem trajado
  • Mesmo como curioso num acidente com bondes em 1939, na Praça Tiradentes, nota-se o público com seus trajes do dia a dia de caráter sóbrio e elegante
  • Prado do Guabirotuba em dia de grande prêmio, no ano de 1950. O Hipódromo era a reunião mais elegante da sociedade e do público curitibano
  • Carnaval de 1905 na Rua XV. O leitor pode observar os trajes do povo, todos devidamente bem vestidos, mesmos os mais modestos, se divertindo a valer com as guerras de serpentinas e lança-perfumes
  • Comemoração da Corrida do Facho no Centro Cívico, festividade militar que sempre atrai a presença de bom público mais à vontade, ficando para os militares e autoridades convidadas o uso bem definido dos trajes. Agosto de 2009
  • Cerimônia militar na Praça da República, hoje Rui Barbosa, em outubro de 1921, quando do Juramento à Bandeira pelos recrutas do Exército. Ao ato em praça pública, a elegância do povo curitibano esteve presente

Domingo passado, a Nostalgia foi buscar o comportamento do curitibano nas antigas partidas de futebol – que eram realizadas nos estádios da cidade –, faziam parte das diversões domingueiras. A presença do público elegantemente bem trajado chamou a atenção de muitos leitores, principalmente dos mais jovens que ficaram admirados com a conduta e a elegância existentes no modo de vida dos cidadãos curitibanos dos velhos tempos.

Vários telefonemas inquiriam se realmente era assim que o pessoal se trajava ou apenas em dias especiais, como nos domingos, que os curitibanos envergavam suas fatiotas. Para responder, principalmente matando a curiosidade da mocidade, sou obrigado a voltar no tempo, na minha adolescência.

O primeiro terno, se posso assim nomear, eu o possuí ainda piá, quando fiz a primeira comunhão. Calça curta e paletó faziam parte do tal terno, completamente branco como mandava o figurino. Foi usado uma única vez. O guri normalmente vestia uma camisa solta e calça curta, ou calção. Sapatos eram para ir à escola, e na volta da mesma eram tirados com satisfação para se mandar ao trêne de futebol com o pé descalço.

Quando o rapazote começava a mudar a voz e a criar pelos nas pernas, estava na hora de ser providenciado o seu primeiro terno. Alfaiates existiam aos montões. Os melhores e mais caros atendiam a elite, os menos práticos tinham a clientela mais modesta. O terno quase nunca era confeccionado em três peças, como o nome indica. Paletó, calça e colete. Essa última peça geralmente era dispensada por encarecer sobremaneira o custo da mão de obra. Um traje benfeito, com uma fazenda de qualidade superior, durava anos, muitas vezes passava de pai para filho ou de irmão para irmão.

Para melhor ilustrar a presença dos trajes, tanto masculinos como femininos, vamos viajar em cima de antigas fotografias feitas entre os anos de 1905 até o presente. Iremos ao carnaval de rua daquele ano, em plena XV de Novembro superlotada de gente e todos se divertindo com as mais esmeradas vestimentas ou então, em menor número, fantasiados. Para o tempo presente escolhemos uma foto da Corrida do Facho efetivada no mês de agosto passado no Centro Cívico, onde o terno e gravata faziam parte do traje das autoridades do palanque oficial. Quanto aos militares podemos apenas afirmar que com seus impecáveis uniformes eles preservam através dos tempos uma tradição histórica. Quanto ao púbico em geral, podemos dizer que estavam em trajes dos tempos modernos: à vontadona!

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