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A Praça Zacarias sofreu inúmeras transformações durante mais de um século. Na fotografia de 1948, ainda com o Cine Luz | Acervo Cid Destefani
A Praça Zacarias sofreu inúmeras transformações durante mais de um século. Na fotografia de 1948, ainda com o Cine Luz| Foto: Acervo Cid Destefani
  • O Britânia SC toma posse do terreno onde mais tarde seria construída a Praça do Japão. A foto é de 1949
  • A foto feita em 1958 mostra como era o ambiente do Passeio Público, onde aparecem a Casa do Estudante, o Colégio Estadual e, ao fundo, o Centro Cívico ainda em construção
  • No espaço da futura Praça Rui Barbosa, o Ministério da Agricultura monta uma exposição. Foto da década de 1930
  • A população frequenta o parque de diversões montado no descampado que seria a Praça Rui Barbosa. Ao fundo, o quartel do 15º BC. Foto de 1948
  • A diretoria e alguns sócios do Britânia SC posam para a foto no terreno onde hoje é a Praça do Japão. A imagem foi gravada para documentar a posse daquele espaço pelo clube de futebol. Foto do dia 15 de novembro de 1949
  • O construtor João de Mio projetou um arco triunfal para ser colocado na Praça Osório em 1922, quando dos festejos do Centenário da Independência. O projeto ficou no papel

Vivemos numa cidade cujos aspectos urbanos surpreendem até os próprios nativos, em razão de constantes mudanças em sua paisagem física. As surpresas surgem a cada esquina que dobramos, quando deparamos com espaços completamente modificados, velhas casas que desaparecem dando lugar a enormes edifícios que brotam como cogumelos.

Pontos tradicionais com suas imagens, que nos remetem a gratas lembranças de tempos já vividos, somem até de nossas próprias memórias. Quanta coisa que desapareceu e que somente nos damos conta revendo velhas imagens, dependendo de elas terem sido devidamente registradas através da retina de uma câmera fotográfica.

Os pontos que mais sofreram mutações são as praças mais antigas, como a Tiradentes, a Zacarias e a Rui Barbosa. Outras, construídas há cem anos, ainda conservam coisas que lembram aspectos dos velhos tempos – por exemplos, temos a Praça Carlos Gomes, em parte, e a Praça Eufrásio Correia, que ainda conserva algumas árvores plantadas em 1915 assim como o seu artístico repuxo.

A Praça Zacarias, que já teve os nomes de Largo da Ponte e Largo do Chafariz, foi um dos locais que mais sofreram mexidas nos últimos cento e vinte anos. A Praça Osório teve seu repuxo modificado em pelo menos três ocasiões; o relógio, que sofreu também três modificações, foi transferido do seu interior para a Avenida Luiz Xavier; as árvores plantadas em 1915 foram todas derrubadas em 1970. Os coretos que existiam nas praças Osório e Tiradentes e o do Passeio Público foram todos demolidos.

A Praça Rui Barbosa, antigo Largo da Misericórdia e Praça da República, foi urbanizada em 1954, quando Ney Braga era prefeito. Apesar de relativamente nova, sofreu várias modificações em sua paisagem. Desapareceu o prédio do quartel do 15.º BC e o Teatro de Bolso, incluindo a desativação da fonte luminosa colocada na gestão de Iberê de Mattos. Antes a Rui Barbosa era um descampado onde os soldados recebiam instruções, além de ter o espaço ocupado por exposições, circos, parque de diversões e eventos religiosos.

Na verdade, Curitiba tem preservado pouca coisa em sua memória urbana, a dinâmica de seu crescimento não tem permitido que isso ocorra. Agora mesmo estão sendo feito obras que se perpetuarão na lembrança como Obras para a Copa do Mundo de 2014. O bairro da Água Verde está recebendo, além do estádio do Atlético, melhorias em umas poucas ruas e na Praça Afonso Botelho, tudo isso para atender às exigências feitas pela Fifa, que de amador não tem nada em futebol, mas sim por dinheiro.

Enquanto esperamos pela dita Copa – não todos, pois mais da metade da população é contra tal evento, inclusive o degas aqui –, vamos dar um passeio por imagens antigas desta Curitiba tão feminil que muda a sua maquiagem a todo o momento. Podemos exclamar: Ora veja! Curitiba está com outra cara!

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