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O comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), o tenente-coronel Luís Cláudio Laviano será o novo comandante das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) a partir de janeiro.

Até lá, o tenente-coronel Laviano passará por um período de transição nas UPPs onde será informado pelo atual comandante, o coronel Frederico Caldas, sobre o dia a dia do principal programa de segurança do Rio.

Essa é a segunda vez que um integrante do Bope assume o CPP (Comando de Polícia Pacificadora). A primeira vez aconteceu em 2012 com o coronel Paulo Henrique de Moraes.

Na ocasião, o coronel incentivou a criação dos chamados GTPPs (Grupos Táticos das UPPs) em cada uma das unidades. A missão da equipe era percorrer as favelas com fuzis para ações contra traficantes de drogas.

Como resultado aumentaram as denúncias e reclamações de abusos praticados pelos policiais nas comunidades com UPPs, além de tornar constante os confrontos entre policiais e traficantes em favelas ocupadas pela polícia.

Uma dessas equipes é apontada pelo Ministério Público estadual por prender e desaparecer com o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, na favela da Rocinha, na zona sul do Rio.

Entre os policiais, a escolha do tenente-coronel Laviano, que será promovido a coronel, é visto como uma tentativa do comando da corporação de retomar o projeto.Das 38 UPPs, atualmente são registrados tiroteios em 28 delas. Nesta quinta-feira (4), a base da UPP do Morro dos Macacos foi atacada por traficantes. Um policial está internado, em observação, por ferimentos causados pelo ataque.

No Bope, Luís Cláudio Laviano é conhecido por ser um policial que privilegia a estratégia e ser um especialista em negociações de conflito, o que vai ser usado para tentar aproximar novamente a polícia das comunidades.

Há 12 anos, quando já estava no Bope, o então major Laviano, junto com o também major Alexandre Fontenelle, foram denunciados pelo Ministério Público estadual por falsidade ideológica.

Atualmente, coronel, Fontenelle está preso sob a acusação de integrar um grupo que receberia propinas de motoristas de vans e até camelôs na zona oeste do Rio. Fontenelle nega as acusações.

Em 14 de maio de 2002, o Bope realizou uma operação no morro da Mineira, na região central do Rio. Após a ação, a imprensa foi chamada para registrar as apreensões de armas e drogas na favela. Entre o material apreendido estava uma metralhadora Uru, de calibre nove milímetros, sem numeração.

De acordo com o MP, na denúncia recebida, na ocasião, pelo então juiz auditor Alexandre Abrahão, estava a metralhadora. A arma havia sido retirada do depósito do Bope para ser apresentada como apreendida na operação.A metralhadora estaria armazenada há quatro anos e foi retirada para a apresentação à imprensa. O MP afirmava que um perito havia fotografado o armamento em 1998 numa outra operação.

Os policiais sustentaram, durante todo o processo, a veracidade da operação."Esse caso ficou arquivado. Para você ver: fizeram a acusação e nada se comprovou", disse o tenente-coronel Laviano, na tarde desta quinta (4).

A previsão é que o tenente-coronel Laviano assuma o comando das UPPs em 2 de janeiro, dia em que o coronel Alberto Pinheiro Neto assume o comando da Polícia Militar do Rio.O atual comandante das UPPs, o coronel Frederico Caldas, volta a coordenar o setor de Comunicação Social da PM do Rio.

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