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Reitoria da UFPR: greve é protesto contra cortes na educação. | HENRY MILLEO / AGENCIA DE NOTICI/HENRY MILLEO / AGENCIA DE NOTICI
Reitoria da UFPR: greve é protesto contra cortes na educação.| Foto: HENRY MILLEO / AGENCIA DE NOTICI/HENRY MILLEO / AGENCIA DE NOTICI

Professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) iniciam greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (12). Os docentes decidiram no início do mês aderir à paralisação nacional que já atinge cerca de 40 instituições federais de ensino superior em todo o país. A greve terá impacto sobre os 30 mil estudantes de Curitiba e das unidades da Federal em Matinhos, Pontal do Paraná, Palotina e no recém-criado câmpus de Jandaia do Sul. Também devem ser afetados os alunos do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR.

R$ 12 bilhões

já foram cortados do Ministério da Educação na execução orçamentária deste ano. Professores reclamam do corte e de destinação de R$ 5 bilhões às instituições privadas por meio do Fies.

A greve é uma resposta dos docentes ao que consideram um descaso do governo federal com a educação pública e gratuita. Segundo a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr), os cortes de recursos destinados ao Ministério da Educação (MEC) já ultrapassam R$ 12 bilhões na execução orçamentária deste ano, enquanto cerca de R$ 5 bilhões estão sendo destinados às instituições privadas por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). Embora o governo tambm tenha restringido os recursos ao Fies – o número de novos contratos caiu quase 50% neste ano –, os professores criticam o repasse aos grupos privados de ensino.

A pauta de reivindicações da categoria é extensa. Entre outras coisas, os professores exigem a ocupação de cargos existentes e criação de novas vagas para atender às demandas atuais, com cronograma de realização dos concursos. Os docentes também pedem reajuste salarial de 19,7% para repor perdas acumuladas com a inflação desde 2010 e a revisão do plano de progressão na carreira – de modo a valorizar mais o tempo de serviço dos docentes. Os professores reclamam ainda da falta de materiais e instalações adequadas para garantir uma educação de qualidade. “A expansão das universidades tem sido feita de forma irresponsável, o governo não oferece número suficiente de professores nem a estrutura necessária”, afirma a presidente da Apufpr, Maria Suely Soares.

Segundo a Apufpr, até hoje não existe uma quadra poliesportiva para o desenvolvimento de atividades práticas da Licenciatura em Educação Física do Setor Litoral da universidade. O curso foi criado em 2009. Falta também um vestiário para os alunos que chegam do trabalho e precisam se preparar para as aulas.

Greve veio na hora errada, avalia Zaki Akel

A greve dos docentes das universidade federais errou o timing, na avaliação do reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel. Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (12), ele fez uma análise política da briga, que envolve diretamente o sindicato nacional da categoria (Andes-SN) e o Ministério da Educação (MEC).

“[Se] você estabelece uma mesa [de negociação] e ela não traz resultados, vai para uma greve, que é um enfrentamento. [Mas] no momento está havendo um diálogo, existem mesas e tem acontecido rodadas de negociação a nível nacional entre o ministério e a categoria”, avaliou Akel.

Além disso, os professores erraram ao entrar em greve no momento em que os técnicos administrativos das universidades federais estão próximos de fechar uma acordo com o governo federal, após dois meses e meio de greve, na avaliação do reitor. Além disso, o prazo para elaboração da lei orçamentária de 2016 (que pode prever aumentos e reajustes para as instituições federais de ensino) só termina no final de agosto; ou seja, ainda haveria tempo hábil para diálogo e inserção de novas previsões orçamentárias na lei.

Otimista, Akel prevê que até o final de agosto o funcionamento da universidade volte ao normal. O reitor ainda disse estar tranquilo quanto ao atraso do calendário, uma vez que isto já foi feito em outras paralisações. “Do ponto de vista operacional, retardar o início das aulas não é uma grande dificuldade, já vivemos inúmeras vezes [esta situação]”, garantiu.

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