
A Polícia Civil de Curitiba investiga o desaparecimento do representante comercial Diogo Francisco Mayer do Carmo, de 28 anos, visto pela última vez na quarta-feira (6). O último contato dele com a família foi feito por telefone, minutos antes de uma audiência de conciliação comercial, da qual ele participaria no Fórum da capital, no Centro Cívico. O carro que estava com Diogo do Carmo foi encontrado no dia seguinte, no Cristo Rei.
"Ele [Diogo] estava normal. Disse que a noite estaria em casa para comer a panqueca que a mãe preparou no almoço", conta o pai de Diogo, João Francisco de Oliveira do Carmo.
Casado, pai de um bebê de sete meses de idade, Diogo do Carmo trabalha como representante comercial, negociando a compra e venda de roupas. O rapaz mora com os pais, na Vila Izabel, e, segundo familiares, leva uma vida normal, tem um círculo restrito de amigos e não tem inimigos. "Ele saiu normalmente de casa, por volta das 8 horas. Estamos com a cabeça a mil, pensamos em milhares de hipóteses. Não estamos conseguindo nem dormir", disse João Francisco.
O veículo - uma minivan Zafira - foi encontrado no início da noite de quinta-feira (7), na Rua do Herval, no Cristo Rei, próximo à linha do trem. O automóvel estava estacionado, trancado e sem qualquer sinal de violação.
O caso foi levado à Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC), mas o delegado Marcelo Lemos de Oliveira disse que a polícia não pode revelar detalhes das investigações para não prejudicar os trabalhos. A Polícia Civil, no entanto, ressaltou que informações podem ser repassadas anonimamente pelos telefones 197 e (41) 3219-9718.
Caso Louise
A DVC deve concluir, na próxima semana, o inquérito do assassinato da jovem Louise Sayuri Maeda, de 22 anos. Segundo o delegado Marcelo Lemos, a polícia deve fechar o caso apontando qual foi a motivação do crime. Três pessoas estão presas, sob suspeita de envolvimento no homicídio. "Com a conclusão do inquérito, vamos divulgar todas as informações", apontou o delegado.
Louise desapareceu no dia 31 de maio, depois de deixar o Shopping Mueller, onde trabalhava como supervisora de uma iogurteria. Segundo as investigações, as colegas de trabalho da jovem - e Fabiana Perpétua de Oliveira e Márcia do Nascimento,atraíram a vítima, com o pretexto de ir a um bar. Louise teria sido levada a um matagal no bairro Campo do Santana, onde foi executada com dois tiros.
Curitiba teve 94 desaparecidos até junho Um levantamento realizado pela DVC aponta que Curitiba teve o registro de 94 casos de desaparecimento, ao longo do primeiro semestre. De janeiro a junho, foram comunicados à especializada o desaparecimento de 275 pessoas. Deste total, 182 casos foram solucionados, segundo a polícia.
O delegado Marcelo Lemos de Oliveira explica que mais de 90% dos registros se referem a desaparecimentos temporários, em que a pessoa acaba voltando para casa após um curso período. "Parte destes casos é de adolescentes que fogem da residência por algum motivo. Outra fatia é de usuários de drogas, que somem por um período em que estão usando drogas, avalia.
Nos casos de desaparecimento, a primeira providência da polícia e "refazer" os últimos passos da pessoa e manter contato com a rede de relacionamentos desta. Dependendo do caso, o delegado pode fazer rastreamentos de telefone ou de cartões bancários. "Essas medidas, no entanto, dependem de autorização judicial, o que pode demandar tempo", ressalva Oliveira.



