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"Se houve excessos, vamos punir", diz Richa

O governador do Paraná, Beto Richa, afirmou nesta quarta-feira (10) durante uma entrevista coletiva que tem acompanhado o caso da menina Tayná. Ele disse que se reuniu com o secretário de Segurança Pública do Estado, Cid Vasques, pela manhã cobrando explicações sobre o assunto. "Estamos aguardando o desfecho do caso e, se houver erro, que seja corrigido", afirmou Richa. O governador explicou que o estado não tolera o uso de tortura para obtenção de informações. "Se houve excessos, nós vamos punir com o rigor da lei. Haverá punições rigorosas", reiterou.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve acompanhar as denúncias de tortura dos quatro suspeitos de terem assassinado a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos. A advogada e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Isabel Kügler Mendes, ouviu na manhã desta quarta-feira (10) três dos quatro suspeitos que seguem presos na Casa de Custódia de Curitiba.

O único suspeito não ouvido pela vice-presidente da comissão foi Adriano Batista, de 23 anos. Ele foi encaminhado nesta manhã para o Complexo Penal Médico, em Piraquara, com sangramento intenso no ânus, ocasionado pela introdução de objeto perfurante no local, segundo Isabel Kügler Mendes.

Ela afirmou ainda que o advogado de defesa dos quatro acusados, Roberto Rolim de Moura Júnior, teve a entrada negada na Casa de Custódia e não pôde acompanhar os depoimentos dos presos. Os três suspeitos, Sérgio Amorin da Silva Filho, de 22 anos, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, e Ezequiel Batista, 22, relataram as sessões de tortura separadamente.

Segundo a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, o caso é mais complicado do que se imaginava inicialmente. "É tão grave que a gente não tem condições de relatar", declarou. A situação de Sérgio Amorin da Souza Filho, por exemplo, também chocou a advogada. De acordo com ela, o suspeito teve o braço ferido. "A algema estava tão apertada que chegou a pegar o osso", explicou. Além do braço machucado, Sérgio também teve o tímpano perfurado, de acordo com Isabel.

O advogado da defesa, Roberto Rolim de Moura Júnior, disse que pretende solicitar a remoção de Adriano Batista para um hospital de referência. "Ele está com uma infecção generalizada por causa da perfuração no intestino", explicou o advogado. Os suspeitos devem passar por novos exames para averiguar a gravidade dos ferimentos ainda esta semana.

Investigações

Com tantas contradições que pairam sobre o caso, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) informou nesta quarta-feira (10) que o delegado Guilherme Rangel, titular do núcleo da região metropolitana da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), será o novo responsável pelo caso. Ele contará com acompanhamento de Rafael Viana, assessor civil da pasta. Rangel é o terceiro delegado nomeado para investigar o crime.

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