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Panterão

Comissão pede que projeto que prevê ônibus só para mulheres seja rejeitado

Proposição do vereador Rogério Campos (PSC) não teve parecer favorável da Comissão de Serviço Público da Câmara Municipal. Grupos feministas também são contra o projeto do "panterão" de lei

O ônibus exclusivo para mulheres recebeu o apelido de Panterão, em referência à Pantera Cor-de-Rosa. Obs: a cor do ônibus na foto foi modificada digitalmente | Henry Milléo/Gazeta do Povo/Osvalter Urbinati (design)
O ônibus exclusivo para mulheres recebeu o apelido de Panterão, em referência à Pantera Cor-de-Rosa. Obs: a cor do ônibus na foto foi modificada digitalmente (Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo/Osvalter Urbinati (design))

O projeto de lei que reserva até 20% da frota de ônibus de Curitiba apenas para mulheres recebeu um parecer não favorável pela Comissão de Serviço Público da Câmara Municipal nesta terça-feira (11). De acordo com a comissão, a iniciativa não vai contribuir para reduzir o assédio sexual e moral dentro do transporte coletivo.

De acordo com o regimento da Câmara, a Comissão de Serviço Público não pode arquivar projetos em tramitação, já que essa é uma atribuição exclusiva da Comissão de Legislação. Sendo assim, o projeto do chamado "panterão" segue para votação no plenário nos próximos dias, mesmo com o pedido de rejeição.

Thayz Athaíde, uma das organizadoras da Marcha das Vadias, diz que o movimento é contrário à proposta. "A gente entende que o ônibus rosa vai acabar segregando as mulheres e não vai diminuir a violência", explica. "A gente vai continuar andando a pé, de bicicleta e vai continuar correndo risco de sofrer violência", argumenta a feminista.

Segundo Thayz, o ônibus diferenciado também estimularia a transfofia (discriminação contra as pessoas transexuais), como acontece com as mulheres transexuais que não podem usar o vagão rosa do metrô no Rio de Janeiro. "Os investimentos desses ônibus especiais devem ser feitos em educação, para prevenir o machismo", sugere Thayz. "Só assim a gente vai conseguir diminuir o assédio", afirma.

Projeto

O projeto foi apresentado pelo vereador Rogério Campos (PSC). De acordo com o texto, o projeto não impactaria no preço da tarifa do ônibus, já que os ônibus utilizados seriam os já existentes. A única alteração que deveria ser feita, de acordo com o projeto de lei, é a cor dos veículos exclusivos.

Ainda de acordo com a justificativa do projeto, a lei garantiria a proteção das mulheres no transporte coletivo, "possibilitando a liberdade de ir e vir com a tranquilidade e o respeito devido".

A reportagem tentou entrar em contato com o vereador Rogério Campos (PSC), mas ele não foi localizado para conceder entrevista até as 17h25.

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