
A aplicação de R$ 25 milhões do Ministério da Pesca em um projeto de piscicultura em uma região carente de lâminas de água despertou o interesse da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União (TCU). A comissão e o Tribunal pretendem investigar como os recursos estão sendo aplicados e os resultados que os investimentos vão oferecer para o Norte Pioneiro do Paraná.
O Complexo do Peixe, como a iniciativa foi batizada, está sendo erguido em Pinhalão em ritmo acelerado. As obras foram iniciadas no fim de 2013 e devem ser concluídas em agosto. O complexo, erguido na margem da rodovia PR-272, prevê a construção de três obras. A primeira é um setor reservado para a produção de 30 milhões de alevinos ao ano. A segunda é uma indústria de ração para peixes, e a terceira é um abatedouro com três linhas de produção com capacidade para processar 60 toneladas de peixe por dia.
O deputado federal João Arruda (PMDB) explica que não só os valores liberados chamaram a atenção da comissão, mas as particularidades da região onde os recursos estão sendo empregados. Segundo ele, Pinhalão está no centro de uma região com pouca água. "Estão gastando R$ 25 milhões em lugar que nem sequer tem nascentes ou água suficiente para construir criadouros."
Além disso, diz parlamentar, o complexo está sendo erguido a 100 quilômetros de outro centro de produção e abate de peixes construído há dois anos em Cornélio Procópio, também com dinheiro do Ministério da Pesca. Para João Arruda, mesmo que a região contasse com tanques escavados suficientes não haveria demanda para a produção de pescados. A expectativa é que as comissões visitem o complexo neste mês. A visita técnica também será acompanha por representantes do Ministério da Pesca.
O prefeito de Pinhalão, Claudinei Benetti (PSD), idealizador do projeto do Complexo de Peixes, foi procurado para comentar o assunto, mas ele não foi localizado na prefeitura e seu telefone celular estava desligado. Já o ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, classificou a investigação como "normal". "Para nós, é bom que fiscalizem. Isso faz parte do trabalho dos órgãos de controle."
Colaborou Antoniele Luciano



