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Saúde

Confirmada a 1.ª morte por gripe A no Brasil

Caminhoneiro do Rio Grande do Sul contraiu a doença em viagem à Argentina. Exame vai apontar se norte-americano morto na semana passada também estava contaminado

O caminhoneiro Vanderlei Vial contraiu o vírus da gripe suína na Argentina e seu estado de saúde piorou no dia 23 | Rodrigo Finardi / Correio do Povo
O caminhoneiro Vanderlei Vial contraiu o vírus da gripe suína na Argentina e seu estado de saúde piorou no dia 23 (Foto: Rodrigo Finardi / Correio do Povo)

São Paulo - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirmou ontem à tarde a primeira morte causada pela gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, no Brasil. O óbito foi em Passo Fundo (RS). Temporão não citou o nome do paciente, mas o Hospital São Vicente de Paulo informou que se trata do caminhoneiro Vanderlei Vial, de 29 anos, que esteve na Argentina a trabalho e retornou ao Brasil no dia 20.

"Lamentamos a morte e reafirmamos que estamos lançando mão de todos os esforços para evitar óbitos", afirmou Temporão. Segundo ele, o aumento do número de casos no Brasil já era esperado, por causa do aumento de viagens para países com transmissão do vírus durante os feriados e o início do inverno no Hemisfério Sul. "Trata-se de um momento difícil, mas reitero e reafirmo que isso não muda em nada a nossa estratégia", disse.

Temporão ressaltou que a grande maioria dos casos "tem características leves e evolui para cura, sem problemas". Ele lembrou que a letalidade do vírus H1N1, que causa a gripe suína, vem diminuindo. Inicialmente, segundo o ministro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atribuiu um índice de 2% (duas mortes para cada cem contaminados), reduzindo-o depois para 0,5% e, agora, para 0,4%. Porém, reiterou que, como não se sabe como será o desenvolvimento da doença, é preciso manter o estado de alerta.

A principal preocupação do ministro é com o aumento de viajantes em período de férias. Os países que apresentaram transmissão sustentada são Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido. De acordo com Temporão, 75% dos casos confirmados no país são de brasileiros que viajaram para o exterior. Atualmente, são 112 países infectados e 71.230 casos confirmados em todo o mundo, com 320 mortes.

Vanderlei Vial vivia em Erechim (SC) e contraiu a gripe em uma viagem à Argentina, que durou cerca de 15 dias. Ele apresentou os primeiros sintomas no dia 19 e no dia 20 houve a confirmação do contágio. Inicialmente ele foi atendido na Fundação Hospitalar Santa Terezinha, de Erechim, e foi transferido para Passo Fundo na segunda-feira da semana passada. Seu estado de saúde começou a piorar no dia 23, até evoluir para um quadro de insuficiência respiratória. O ministério ainda não sabe se Vial apresentava alguma doença que o tornou mais vulnerável à infecção pelo vírus H1N1.

Outros casos

Segundo o ministro Temporão, hoje deverá ficar pronto o exame que vai apontar se um engenheiro norte-americano que morreu na sexta-feira passada, em Montenegro (RS), havia sido infectado. "Exames preliminares da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul apontaram não se tratar de gripe suína. Teremos a confirmação amanhã, com novos exames", afirmou. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul infomou que ele morreu depois de entrar em coma. O engenheiro mecânico de 59 anos chegou ao estado no dia 21, a trabalho, e foi internado no hospital de Montenegro na quarta-feira da semana passada.

Ontem, o Hospital Universitário de Santa Maria divulgou que houve uma "progressiva e significativa" melhora no estado de saúde da estudante de 14 anos de São Gabriel (RS) contaminada pela gripe suína, mas informou que seu quadro ainda é grave. A estudante está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e respira com a ajuda de equipamentos, mas houve uma redução gradual na necessidade do uso aparelhos. Não há previsão de alta. A adolescente, que está no hospital desde o dia 21, contraiu a doença durante uma viagem a Buenos Aires, na Argentina.

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