As relações "sogro-sogra-nora-genro" são potencialmente conflituosas, diz a psicóloga Claudia Menegatti. "O casamento dos filhos representa um momento de sentimentos ambivalentes para os pais e é nessa brecha que comumente se constróem as relações conflituosas, geralmente com as sogras", explica. Para a psicóloga, a problemática do relacionamento pode se tornar ainda mais complexa quando os netos são envolvidos nesta relação.
Para Elaine Schmit, coordenadora do programa de extensão Integrar da Universidade Federal do Paraná, que trabalha com o desenvolvimento humano para as questões de aponsentadoria, parte da geração de sogras da atualidade viveu o período de expansão da inserção da mulher no mercado de trabalho. Elas precisaram deixar os filhos aos cuidados de alguém ou de alguma instituição e, agora, querem compensar essa falta com os netos.
Segundo os especialistas, isso não é necessariamente um problema. Os avós podem e até devem participar da educação de seus netos. "Os pais não precisam se estressar tanto. As crianças reconhecem muito rapidamente os mimos e manias de seus avós e sabem, claramente, quem são seus pais e o que eles esperam de seu comportamento", garante a psicóloga.
O alerta fica para os casos em que os avós são responsáveis por cuidar das criança no período em que os pais trabalham. Quando os netos passam a semana toda na casa dos avós, é importante que a convivência com os pais, no fim de semana, seja valorizada. "Dê uma folga para os avós", ensina Claudia.
Outro ponto fundamental, diz a psicóloga, é que os pais deixem claro como pretendem educar os filhos e consigam impor esses limites. "Os avós precisam ser comunicados com clareza", salienta. Para os avós, a dica é saber observar e ouvir, escolhendo o momento certo de oferecer sua experiência aos novos pais. O que significa dizer que os avós não devem interferir a qualquer hora porque não concordam com o posicionamento adotado. A regra é simples: as discordâncias em relação à educação devem ser discutidas longe das crianças.



