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Os estudantes protestavam contra o aumento da tarifa e pediam o passa livre. Fotos renderam o primeiro lugar na categoria Fotografia | Marcelo Elias - Gazeta do Povo
Os estudantes protestavam contra o aumento da tarifa e pediam o passa livre. Fotos renderam o primeiro lugar na categoria Fotografia| Foto: Marcelo Elias - Gazeta do Povo

Estudantes protestaram contra a tarifa de ônibus

Estudantes protestaram contra a tarifa de ônibus

  • Estudante foi apreendido pela Polícia Militar durante a manifestação
  • Panfleto distribuído na manifestação do MPL em Curitiba nesta sexta

Três estudantes ficaram feridos e quatro foram detidos no início da tarde desta sexta-feira (13) após um confronto com policiais militares, nas proximidades do Colégio Estadual do Paraná (CEP), no Centro de Curitiba. Cerca de 100 pessoas participavam de um protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), que pedia o retorno da tarifa de R$ 1,90 e a isenção do pagamento para os estudantes.

A manifestação foi marcada para as 11 horas na estação tubo que fica em frente ao Passeio Público, na Rua Luiz Leão. Ao meio-dia, os estudantes montaram um "pedágio ideológico" em frente ao CEP, na Rua Presidente Faria. A cada minuto, os manifestantes bloqueavam uma das pistas da via e distribuíam um panfleto com uma série de reivindicações. Entre elas, a volta da antiga tarifa de ônibus e a "abertura da Caixa Preta da URBS".

O panfleto traz uma ilustração de uma pessoa vestindo uma camiseta com o logotipo da URBS, encapuzada e empunhando em uma das mãos uma arma. Na outra, um saco de dinheiro. A publicação ainda traz o endereço do site fureotubo.blogspot.com.

De acordo com os manifestantes, uma viatura foi até o local por volta das 12h30 com queixas pelo bloqueio. Eles dizem que não houve nenhum tipo de negociação. Na versão das pessoas que faziam parte do ato, os PMs usaram de truculência e abuso de autoridade. "Desceram das viaturas com ripas e bateram em todo mundo. Também estavam apontando armas", descreve uma jovem de 21 anos que participou do protesto. Os participantes pediram para os nomes serem omitidos.

O que teria irritado os policiais foi o sumiço da chave de um dos carros. "Eles pegaram o primeiro que viram na frente e colocaram toda a culpa nele. Fizeram mil ameaças, até que alguém jogou a chave em direção aos policiais", conta um membro do MPL.

Detidos e feridos

Por volta das 12h50, o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), do Corpo de Bombeiros, foi acionado para socorrer três jovens que teriam ficado feridos no confronto. Um homem de 22 anos foi atendido com suspeita de fratura, e uma adolescente, de 16 anos, tinham escoriações leves, segundo os bombeiros. Todos foram levados ao Hospital Cajuru.

A sala de imprensa da Polícia Militar (PM), informou no início da tarde que os manifestantes foram detidos, depois que um veículo da polícia foi danificado. Por volta das 15h30, os estudantes estavam no 1º Distrito Policial, no Centro da capital. Um deles, um estudante de veterinária de 21 anos, negou fazer parte do MPL. Ele conta que estava apenas passando pelo local e, por concordar com a causa, estava nas proximidades.

Além dos quatro detidos, três adolescentes foram encaminhados à Delegacia do Adolescente. Outros 20 estudantes foram até a delegacia para prestar queixa contra os policiais. Alguns deles foram instruídos por um advogado a fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Às 17h, um grupo procurou a corregedoria da Polícia Militar.

Além da queixa das agressões, o grupo afirma que a polícia roubou uma fita de vídeo e duas câmeras fotográficas.

Nenhum policial do 12º Batalhão da Polícia Militar - destacamento responsável por patrulhar a região central de Curitiba - foi autorizado a comentar o caso. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) do Paraná informou por meio de nota que o tumulto teria sido causado por sete jovens – quatro deles maiores de idade – que brigavam durante o protesto. Um Inquérito Policial Militar teria sido aberto para investigar se houve abuso, ainda de acordo com a Sesp.

O 1º Distrito Policial investigará os estudantes, que poderão responder por dano ao patrimônio, desacato e lesões corporais. Todos foram liberados.

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