O sociólogo Eric Cardin, professor da Uniamérica de Foz do Iguaçu, que defendeu recentemente dissertação de mestrado sobre a atividade informal no Paraguai, diz que são inúmeras as razões que levam os jovens a deixar os estudos para trabalhar no país vizinho.
Na opinião dele, a falta de expectativa não é a única resposta. Há uma questão de valor moral que também estimula o jovem a esse tipo de atividade. "O sacoleiro ou laranja não considera o trabalho imoral, embora esse tenha sido criminalizado." O professor constatou que as pessoas não consideram ilegal atravessar a Ponte da Amizade com mercadorias acima da cota porque há políticos que são surpreendidos com "dinheiro na cueca e nada acontece". "Eles têm como referência de moral a conjuntura nacional", salienta.
Segundo Cardin, com a retração do comércio paraguaio as pessoas que dependem da atividade informal ficam sem opção, incluindo os jovens. Por isso, algumas delas acabam se envolvendo com a criminalidade e o tráfico de drogas. "O mercado formal da cidade não cresce na mesma proporção para absorver essa mão-de-obra", diz.



