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Gustavo Garcia, proprietário de uma confeitaria: movimento se estabiliza após sumiço de baladeiros | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Gustavo Garcia, proprietário de uma confeitaria: movimento se estabiliza após sumiço de baladeiros| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O cafezinho anda ocupando mais espaço na vida dos curitibanos. Com a baixa tolerância ao álcool imposta pela lei leca, que permite o consumo máximo de dois decigramas por litro de sangue, a opção de muitas pessoas tem sido trocar os bares por cafeteterias. A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) não dispõe de números sobre o aumento da freqüência nos cafés, mas, a partir do relato de comerciantes do setor, confirma a tendência, inclusive nas tabacarias.

"Muitos estabelecimentos que não têm ligação com a bebida alcoólica estão crescendo na cidade. Os bares estão utilizando outros recursos para atrair os clientes, já que a venda das bebidas diminuiu. Muitos, que já tinham cozinhas, investem agora no cardápio para compensar. Outros criam novas atrações, como música ao vivo", diz Fábio Aguayo, presidente da Abrabar.

Em cafés tradicionais de shoppings, pessoas que vão com suas famílias para passear estão dando preferência aos drinques sem álcool para não arriscar na hora de voltar dirigindo para casa. "Com menos opções, os cafés ganharam espaço após a lei seca. O homem que antes bebia uma cerveja, agora escolhe o café. A lei está no início ainda, mas já podemos notar bem a diferença", opina Pedro Guglielme Neto, proprietário do Café da Esquina, que tem lojas em quatro shoppings da cidade.

Em cafeterias que recebem em sua maioria o público que sai da balada ou de restaurantes, a procura diminuiu logo após o início da lei. "Como aqui as pessoas costumam vir mais durante a madrugada, na volta dos bares, o movimento ficou menor nesses locais e no nosso café também. Mas isso foi logo na primeira semana. Agora o movimento está começando a estabilizar", explica Gustavo Garcia, proprietário do Fran’s Café.

Essa mudança de comportamento não é observada apenas na capital paranaense. Em São Paulo, a procura por bebidas quentes sem álcool também aumentou. Drinques alternativos de café, que não incluem álcool, são uma nova opção de consumo. "Aqui nós ganhamos novos clientes, principalmente no fim da tarde", diz a proprietária de uma das unidades do Fran’s Café de São Paulo, Mariana Lorenzato. Segundo ela, alguns freqüentadores que antes costumavam parar no local após o trabalho para tomar bebidas alcoólicas no início da noite hoje adiantaram o horário e consomem cafés. "Junto com a bebida, comidas como sanduíches passaram a ser mais vendidas", comenta Mariana.

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