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Taxistas causam tumulto em frente ao hotel Unique em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (28) | Chello Fotógrafo/Futura Press/Folhapress/
Taxistas causam tumulto em frente ao hotel Unique em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (28)| Foto: Chello Fotógrafo/Futura Press/Folhapress/

Um grupo de taxistas abordou os carros pretos que pararam em frente ao hotel Unique, nos Jardins, onde ocorria o baile de Carnaval da revista “Vogue”, entre às 22 horas de quinta (28) e a madrugada desta sexta-feira (29). A medida visava inibir os convidados que deixavam o local de utilizar os serviços do aplicativo Uber.

Uma jovem que trabalha em um bar próximo, que não quis ser identificada, disse que um grupo de 15 a 20 taxistas cercava todos os carros pretos que paravam perto do hotel.

Segundo a jovem, bastava alguém gritar a palavra Uber para um grupo de 15 a 20 taxistas correr em direção ao carro preto, xingar e hostilizar o motorista.

“A sensação de medo e insegurança só aumentava toda vez que eles corriam, subiam em cima dos carros e jogavam pedras”, falou, aliviada de ter conseguido chegar em casa em segurança.

O relato da jovem foi o mesmo presenciado pela reportagem da Folha de S.Paulo na madrugada desta sexta. Bastava um carro preto se aproximar da saída do hotel para um grupo mais alterado gritar Uber e correr em direção ao veículo.

Por volta das 2h, eles pararam novamente um veículo preto em frente ao hotel. Os taxistas disseram que o motorista fez menção de estar armado.

Cercado pelos taxistas, o carro deixou o local em alta velocidade. A PM estava próxima ao hotel, mas não interveio.

Confusão

Os taxistas não conseguiam se entender nem mesmo entre eles e a todo momento brigas eram apartadas. Alguns tentavam colocar ordem chamando o motorista da vez para atender aos clientes.

Assustados, os convidados que deixavam a festa da revista eram forçados a ir embora nos táxis que se enfileiravam em frente ao hotel.

Uma jornalista que estava trabalhando na festa, mas não quis se identificar por medo, falou que se pudesse utilizaria os serviços do Uber, mas diante do protesto era forçada a ir para casa de táxi.

No entanto, ela preferiu chamar um veículo por aplicativo.

Hostilidade

Nem mesmo um agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi poupado pelos manifestantes quando chegou ao local para organizar o trânsito, por volta das 2h30.

Bastou o agente parar o carro para ser cercado por um grupo de taxistas que gritava “ele veio aplicar multas”. Imediatamente ele foi hostilizado e quase forçado a entrar no veículo.

Neste momento, a polícia interveio e o agente disse ter sido agredido pelos motoristas.

Depredação

A Polícia Militar informou que mais de 200 taxistas participaram do protesto. O capitão Edenilson Gabriel de Freitas, supervisor regional da região oeste, falou que houve um tumulto entre taxistas e motoristas do Uber.

Após uma conversa com os manifestantes, o capitão garantiu que entrou em acordo com o grupo e o protesto ficou pacífico.

Antes do acordo, um fotógrafo ficou ferido e um carro foi depredado por um grupo de manifestantes. O autônomo Francisco Carlos Indalecio, dono do Ford Fusion danificado, disse que não trabalha para o Uber e que tinha ido levar alguns amigos da filha à festa.

“Dei a volta no quarteirão e parei o carro para telefonar. Uns dez taxistas gritaram ‘é Uber’ e começaram a depredar o carro”, explica Indalecio no 14º DP (Pinheiros), onde registrou um boletim de ocorrência.

O para-brisa e um retrovisor foram quebrados, mas eram visíveis as marcas de depredação em todo o carro.

Um taxista detido sob suspeita de ter participado do ataque ao carro foi levado à delegacia, mas foi liberado após o autônomo não conseguir reconhecê-lo.

Os taxistas se defenderam afirmando que a confusão toda começou após um motorista do Uber jogar pedras contra um carro do grupo. Segundo os manifestantes, ao menos três táxis foram danificados.

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