
O primeiro dia útil de operação das empresas de ônibus após a entrada em vigor do novo contrato de concessão, assinado depois da licitação ocorrida neste ano, apresentou problemas pontuais nas linhas operadas pelas novas empresas. A Urbanização de Curitiba (Urbs) gerenciadora do sistema de ônibus da capital não apresentou um balanço da alteração de contrato e possíveis falhas no início do novo modelo, porém, a Gazeta do Povo apurou ontem que a frequência de algumas linhas estava irregular, houve atrasos e aconteceram problemas nos cartões de motoristas e cobradores. Na maioria das linhas, não houve alterações e o sistema funcionou normalmente. No domingo, os três consórcios que participaram da licitação (Pontual, Transbus e Pioneiro) iniciaram a operação do sistema já sob o contrato de concessão. Com isso, quatro novas empresas passaram a operar: Auto Viação São José (Pioneiro), Santo Antônio (Pontual), Expresso Azul e Araucária (Transbus). Elas são empresas metropolitanas que substituem três empresas de Curitiba que não conseguiram participar da licitação por problemas fiscais: Água Verde, Carmo e Curitiba. Dessas três, a Carmo e a Curitiba foram "absorvidas" por empresas metropolitanas, ou seja, as metropolitanas continuaram a operar com a mesma estrutura. Somente a Água Verde foi substituída pela Expresso Azul, que entrou com frota nova e nova administração nas linhas. Ontem, a reportagem apurou problemas nos ônibus gerenciados pela Expresso Azul.
O ponto inicial das linhas Caiuá, Fazendinha, Vila Isabel e Santa Quitéria na Praça Rui Barbosa acumulavam filas de passageiros, que reclamaram da demora. A auxiliar de lavanderia Vanda Jastrombek esperou uma hora para pegar o ônibus da linha Santa Quitéria. "Cheguei aqui às 17h20 e agora (18h15) encostou o primeiro ônibus. É falta de respeito com as pessoas." Outra passageira, a confeiteira Elizabete Konze Mees, também reclamava que teve dificuldade para pegar ônibus em direção ao centro. "Esperei 40 minutos no ponto."
Perto das 18 horas, a linha Caiuá saiu com mais de 20 minutos de atraso porque o motorista não conseguia "abrir a seção", ou seja, registrar o cartão dele no aparelho de bilhetagem eletrônica dentro do ônibus. Ele só conseguiu liberar o veículo depois de outro motorista bater o cartão no lugar dele.
"Sem problemas"
O administrador da Expresso Azul, Alessandro Zem, disse que a operação ontem foi tranquila e que ele não tinha informações sobre atrasos ou falhas. "Isso não nos consta. Existiu apenas algumas mudanças de horário", justificou. Ele confirmou ainda que a empresa começou a operação no domingo e colocou na rua 97 ônibus novos. "Cem por cento dos nossos ônibus são novos", falou. Sobre os problemas de bilhetagem de motoristas e cobradores, ele disse que a responsabilidade é da Urbs, que gerencia o sistema.
Nem a Urbs, nem o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) atenderam aos pedidos de entrevistas ontem para falar sobre a mudanças de sistema e dos problemas pontuais ocasionados pela alteração.
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